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Pé palito, uma paixão atemporal na decoração

Leve e delicado, é o tipo de item que agrega referência a qualquer mobiliário, e facilmente quebra a monotonia visual da casa

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Glamour living room interior with a pink sofa, golden armchair and tables, painting and checkered tiles. Real photo
1 de 1 Glamour living room interior with a pink sofa, golden armchair and tables, painting and checkered tiles. Real photo - Foto: Reprodução

Eu não consigo explicar ao certo por que toda vez que eu vejo um móvel pé palito me sinto tão encantada. E sei que essa é uma sensação que muita gente sente também. Quem pesquisa design ou trabalha com o tema sabe: o pé palito é quase uma unanimidade, uma paixão nacional e mundial – mesmo tendo quase 80 anos de existência no cenário moveleiro.

Algo sobre a leveza estrutural desses cones de madeira sustentando grandes sofás, mesas, cadeiras ou camas que desafia, no primeiro olhar, as leis da física. O aspecto delicado deles agrega essa suavidade a qualquer mobiliário, quebrando, automaticamente, a monotonia visual da casa.

Para além dessa dicotomia da leveza e da estrutura de grandes móveis, ele também carrega outra contradição: sua referência antiga e ao mesmo tempo futurista.

Não se sabe ao certo como eles surgiram. Acredita-se que o pé palito seja uma invenção americana e que Raymond Loewy, pai do desenho industrial, seja um dos prováveis pais da peça. Independentemente de seu berço, ele é elemento típico das cenas do american dream. As casas dos anos 1950 estão repletas deles, das estampas geométricas, carpetes, geladeiras coloridas: objetos com um design futurista que namoravam a ficção científica.

Hoje, o pé palito remete a ambas as ideias: do retrô cinquentinha, mas com a pegada dos ambientes futuristas dos filmes do Stanley Kubrick.

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O que sabemos de fato é que eles foram desenhados em um momento no qual os movimentos pós-modernistas ferviam pelo mundo. Novos artistas que tinham como finalidade criar objetos que quebrassem os padrões racionais do estilo vigente. As linhas retas foram substituídas por formas que exploram curvas e, os grandes volumes, por elementos mais leves e elegantes.

Muito além das casas gringas, o pé palito também fez história no mobiliário brasileiro, sendo vastamente explorado por arquitetos e designers como Sérgio Rodrigues, Jorge Zalzuspim (foto abaixo), Joaquim Tenreiro e Zanine Caldas.

 

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Em sua versão anos 50 ou mesmo nas várias versões contemporâneas, ele é o tipo de item que, quando oferecido como opção para a casa em um projeto, quase todo cliente aprova, independentemente do estilo.

O pé palito, em ferro ou madeira, se encaixa em qualquer contexto estético, e isso é algo que me deixa absolutamente induzida a usar e abusar dessa peça na criação de projetos ou no desenho de mobiliário.

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