Movimentos Wabi-Sabi e Slow Living provam a necessidade de desacelerar
Filosofia de vida no Japão do século 15, ressurge agora com nova roupagem e nome moderninho, visando desacelerar o caos moderno e valorizar a beleza da simplicidade
atualizado
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Aceitar a imperfeição é uma prática de evolução. E ela não se aplica apenas ao trato pessoal, em aceitar o outro em seus defeitos e qualidades, mas também em aceitar a imperfeição daquilo que nos rodeia. A casa, nosso local de refúgio, é um desses espaços que devem ser cultivados, porém aceitos em suas limitações e características próprias.
Os japoneses são grandes incentivadores desse pensamento e criaram uma espécie de ideologia artística, chamada Wabi-Sabi, que contempla a beleza da imperfeição: assimetria, simplicidade, aspereza, rusticidade e austeridade. Da casa, dos objetos e dos acabamentos.
O wabi-sabi vai além e também busca interferir no estilo de vida: uma rotina mais despojada, desapegada, natural.
Isso tudo, que já era uma filosofia de vida no Japão do século 15, ressurge agora com nova roupagem e nome moderninho, visando desacelerar o caos atual e valorizar a beleza da simplicidade: é o movimento Slow Living. Forte tendência do design de interiores, ele é uma nova vertente do já conhecido slow food, um contra-movimento do fast food onde quantidade e velocidade eram mais valorizados do que qualidade e naturalidade.
Como esse movimento vai influenciar nossas vidas? Reforçando a ideia de que não precisamos de muito pra ser feliz. Que podemos ver beleza nas imperfeições. Que nem tudo que está velho e imperfeito precisa ser substituído. Que móveis antigos nem sempre precisam ser restaurados. Que o consumo não é caminho para a felicidade e realização. Que a casa é o nosso templo particular, e não um templo de ostentação. E que ela deve ser um convite para ficar. Degustar uma boa comida feita sem pressa, sorver um bom vinho, descansar, receber, perceber.
Veja como lugares cheios de imperfeições podem ser esteticamente bonitos e cheios de estilo: