Morar carioca: casas do Rio de Janeiro que são pura inspiração
É impossível não sorver cada pedacinho da casa e entender, nas prateleiras e nas entrelinhas, a alma do povo mais descontraído do Brasil
atualizado
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Navegando por sites e folheando revistas de decoração, existem duas palavrinhas que, quando unidas na chamada das reportagens, param meu coração: “apartamento carioca”. É como aqueles vídeos de imagens compiladas de cachorros procurando os donos que sumiram atrás do lençol, não consigo evitar. É impossível não sorver cada pedacinho da casa e entender ali, nas prateleiras e nas entrelinhas, a alma do povo mais descontraído e cheio de bossa do território brasileiro (antes que você pergunte… sim, eu sou carioca, mesmo que crescida e criada em solos candangos).
Como boa carioca com muita família espalhada por Copacabana, Quintino, Bairro Peixoto, Tijuca, Niterói, Botafogo, Méier e Ipanema, percebo algumas idiossincrasias fluminenses que parecem um clichê das minhas experiências pelas casas do Rio… Os portõezinhos dos prédios, o elevador pantográfico, o chão de taco, os móveis de palhinha, quadros antigos, objetos coloridos, as artes indígenas, as plantas pendentes. Parece que todo apê do Rio tem um pedaço ou outro disso daí. Sejam aqueles da velha guarda ou os da nova geração descolada que aposta em design de alto padrão sem perder o gingado característico desse litoral.
Quando falamos dessa nova leva de moradores descolados e cariocas até os ossos, tem algo sobre os projetos que traduz as duas faces mais belas do Rio de Janeiro – a beleza e a descontração. São apartamentos sempre iluminados, despojados, leves e, ainda assim, com uma beleza calculada, pensada, milimetricamente planejada para derreter corações.
Muito branco pra remeter a luminosidade das praias, cores fortes pontuadas e folhagens verde, fazendo jus à tropicalidade da cidade e sua farta mata atlântica, marcenaria simples e inteligente, e, com sorte, uma vista de tirar o fôlego pela janela.