Memorabília: itens de decoração cheios de memória e personalidade

Memorabília. Uma das minhas palavras favoritas em todo o mundo. E uma parte essencial do meu trabalho. A memorabília é aquele objeto carregado de memória. Que a gente bate o olho e associa com alguma lembrança da nossa vida, da nossa família. Uma parte palpável da nossa história. Peça fundamental na formação da identidade da casa e na transformação do espaço em um lar.

A cadeira antiga da avó, a lembrança cafona daquela viagem maravilhosa, aquele quadro presenteado por um amigo, o vaso antigo com uma rachadura quase imperceptível. A gente se acostuma a esconder esses objetos para ter aquela sala igual a da novela. A deixar tudo mergulhado numa caixa sob a cama. E a casa, aos poucos, vai perdendo nosso tom.

Acabo de chegar de viagem e ao desfazer a mala fui reencontrando itens que comprei pelos passeios: uma caixinha de cestaria colorida que comprei pra ajudar uma instituição de jovens com debilidades. Os ímãs de cada cidade visitada. Porta-copos talhados em madeira. Um minivasinho todo tortinho, com um rosto sonolento desenhado, feito à mão pelas cozinheiras de uma lanchonete mequetrefe do Vietnã.

Ao desembrulhar esses itens e espalhá-los pela casa, fui tentando acessar na memória que outros objetos havia trazido em outras viagens. E lembrei da tal caixa sob a cama. Reabrir essa caixa foi uma viagem no tempo. Lembrar exatamente do momento em que comprei ou ganhei cada um daqueles itens. Memorabília pura. Além das lembranças de viagem, objetos do quarto de adolescência, outros que pertenceram a família carioca. Um porta-retrato desengonçado com a foto do meu filho bebê, item que enfeitava meu primeiro apartamento.

Trouxe eles de volta à superfície. E agora andar pela casa é uma pequena viagem as minhas emoções.