Decidofobia decorativa: suor frio, tempo perdido, muita indecisão e péssimas escolhas dentro da loja de móveis
O que fazer quando bate aquela dúvida na hora de decidir como montar a casa
atualizado
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Muita gente sofre de um mal muito comum chamado decernerephobia decorative, traduzindo do meu latim inventado: decidofobia decorativa. Ela ataca nove entre 10 pessoas desacompanhadas em lojas de decoração e os sintomas são imediatos: suor frio, tempo perdido, muita indecisão e péssimas escolhas.
Tudo começa quando a pessoa se depara com 10 opções de poltrona (ou qualquer outro objeto da casa). Ela olha, experimenta, olha de novo, manda foto pelo WhatsApp para algum amigo que tem bom gosto, compara com a próxima e então com a próxima, em um ciclo sem-fim. Surge então a dúvida: não sabe se gostou de todas, ou se não gostou de nenhuma. Depois de um tempo (que varia de horas a semanas) e muito sofrimento, ela finalmente compra uma poltrona que estava com o preço bom, mas que ainda lhe causava indecisão.
A sensação de alívio passa no segundo que o vendedor lembra que é hora de bater o martelo mais uma vez: escolher o tom da madeira e o tecido do estofado. Possuído novamente pelo espírito decidofóbico e depois de minutos de tortura frente às opções, a compra é finalizada e o móvel chega em casa. Mas a novela ganha reprise. No conforto do lar, o indivíduo não consegue decidir onde colocar a nova aquisição. No fim das contas, a poltrona de fato não fica bem no ambiente. Novela ou filme de terror?
Naturalmente, agradeço a existência da decidofobia decorativa no mundo, pois graças a ela a agenda está cheia de clientes.
Quem não pode contratar um profissional pode usar uma dica simples para se decidir entre o sim e o não. Se você não tem certeza absoluta de que aquilo vai funcionar na sua casa, então é um não.
Em um cenário ideal, dentro da nossa casa, deve existir apenas aquilo que adoramos. E se quando você está comprando algum novo objeto para casa, o faz sem ter certeza de que é a escolha certa, é muito provável que essa sensação vai acompanhar eternamente sua relação com tal objeto. É aquela história da noiva quando vai comprar o vestido do casamento. Ela sabe quando é o vestido ideal, por não sentir nenhuma dúvida quando se vê dentro dele.
Para o caso dos azarados que sempre se apaixonam pelas peças mais caras e inviáveis da loja, vale pesar na balança se a paixão vale o investimento. Pergunte-se quão viável é o preço com relação a sua realidade financeira (pé no chão, sempre); se com mais tempo e economias, em um futuro não muito distante, a peça poderia ser adquirida; e se o amor é mesmo para valer.
Não compre por impulso. Se no fim das contas a compra for inviável, vale procurar por algo parecido ou partir pra novas ideias. Garimpar é preciso nesse universo. Não foi um “sim” imediato? Passa pra próxima. Agora se você é decidofóbico crônico e nunca dá um sim imediato nessa vida, vale um terapeuta ou um designer para ajudar.