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Como funciona e o que motiva a evolução da nossa casa

A vida avança e o lar vai se adaptar não só aos nossos quereres, mas ao nosso estado de espírito, a quem realmente somos

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A evolução da casa da gente, em geral, é regida por dois fatores: nossas possibilidades financeiras e/ou nossa maturidade pessoal.

A gente conquista nossa primeira casa, seja de aluguel ou imóvel próprio, e começa aos poucos. Quem dá o tom, nessa primeira fase, é o improviso e a falta de grana. Compramos um monte de coisa usada, herdamos móveis de amigos e familiares, vamos vivendo como dá. Daí a estabilidade financeira começa a se desenhar, vencemos os vinte e poucos anos e começamos a sentir uma necessidade real de trabalhar o espaço onde vivemos.

As casas da geração que vive os trinta anos e tantos começam a ganhar mais conforto e forma. Já possuem quadros, elementos decorativos escolhidos a dedo, melhorias estruturais. Objetos aos montes. Pequenos investimentos. A gente começa a amadurecer, a se sofisticar. Nosso lar também.

E quando o primeiro ciclo de cuidar da casa se inicia, ele nos ensina a importância de amar o espaço onde vivemos. É uma jornada sem erros porque o efeito de bem estar é imediato. Nossa relação com a vida parece mudar. O cuidado com o lar é compreendido como uma forma de cuidar de nós mesmos. E daí a vontade de decorar, fazer projeto, mudar, investir pra valer. Querer morar bem, seja lá o que isso signifique para você.

A vida avança e a casa vai se adaptar não só aos nossos quereres, mas ao nosso estado de espírito, a quem realmente somos. Mesmo que, muitas vezes,  a vontade de ter uma casa boa seja ligada a um sentimento parecido com o da ostentação, prefiro acreditar que esse movimento de perceber o espaço e melhorá-lo tenha a ver com nossos momentos de vida. Com ou sem dinheiro, tal qual um bicho dependente de conchas para viver. Uma hora ele evolui, cresce, e sua morada precisa acompanhar essa expansão pessoal.

Quanto mais estampamos nossa identidade nos ambientes onde vivemos, mais fácil fica se reconhecer ali. E, automaticamente, mais fácil fica ser feliz no próprio lar.

A gente amadurece e a casa precisa amadurecer junto. Ela perde o improviso, ganha contornos mais adultos, se enche de luz ou de sombras, se adapta às nossas necessidades e nossas verdades: passa a ser mais do que uma morada e sim, um espelho de quem somos.

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