Como aplicar o estilo industrial na decoração da casa
A decoração industrial chegou como tendência e se estabeleceu como queridinha dos moderninhos. Curte?
atualizado
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Um bom teste que faço para começar a entender o gosto e estilo de clientes novos é perguntar a opinião deles com relação ao concreto aparente na parede. É incrível como tudo relacionado a decoração industrial gera reações extremas. E como isso diz muito sobre as referências e a própria personalidade deles. Alguns acham o máximo, outros acham pavoroso.
Ambas impressões são válidas, mas em defesa do estilo industrial, é preciso abrir um pouco a cabeça para entender como esse estilo se estabeleceu. Para isso é preciso ir lá para Nova York de duas, três décadas atrás. Com os bairros centrais de Manhattan cada vez mais disputados pelo mercado mobiliário e cada vez mais ocupados pelos endinheirados, a garotada descolada, ainda no começo da vida e sem grana, foi indo cada vez mais para bairros periféricos ou mesmo ocupando antigas áreas industriais abandonadas em Manhattan.
Assim, velhas fábricas, galpões, igrejas desocupadas e indústrias desativadas eram opções amplas, baratas. E o melhor, dentro da ilha novaiorquina. Esses espaços se tornaram moradia da comunidade artística que, cheia de boas ideias e estilo, transformou velhos prédios em lofts superdescolados e criativos. Mantiveram a estrutura aparente de canos, tijolos, concreto, luminárias de ferro e adicionaram a esse clima um lar: sofá gostoso, cama, a cozinha, quadros.
As soluções decorativas eram tão interessantes que a galera das áreas residenciais começou a copiar o jeitão industrial, e ainda assim aconchegante, desses novos lares, e assim o estilo nasceu. Desde então essa escola se estabeleceu.
Mas nem todo mundo abraçou a ideia. As opiniões mais críticas costumam focar essas características marcantes do estilo:
1. Estrutura aparente. A ideia pode parecer tosca à primeira vista, mas deixar as estruturas à mostra, sejam vigas, colunas de concreto, paredes de tijolos estruturais dá personalidade e força ao ambiente. Fora que essa opções são, por si só, texturas decorativas. Com uma parede linda dessas, não é preciso encher o espaço de cor ou objetos.
2. O ferro e a madeira gasta pra dentro de casa: Objetos de ferro levemente oxidados, madeira descascada. Muita gente só levaria esses objetos para casa depois de uma restauração. Mas são eles que garantem a bossa industrial para apartamentos comuns. Tem que ter estilo para sustentar a ideia.
3. Tudo à vista: Tal quais as fábricas, lares com esse estilo tendem a ter menos portas. Tanto como divisórias de ambiente, quanto nos armários. As prateleiras ficam aparentes, expondo os objetos.
4. Espaços unificados: Em geral, quando o estilo é levado ao pé da letra, busca-se ao máximo abrir as paredes da cozinha, da sala e até dos quartos para integrar ao máximo os espaços e criar o clima de loft tão almejado pelos moderninhos.
5. A polêmica parede de cimento queimado. Ela não precisa ser verdadeiramente estrutural. O reboco em si. No mercado estão disponíveis várias marcas que vendem essa textura pronta. A massa cinza é aplicada com uma desempenadeira e depois recebe uma mão de cera.
Vale até no teto:
6.Tubulações aparentes: Assim era nas fábricas, assim se tornaram os lofts industriais. As tubulações aparentes trazem a força dessa proposta brutalista e ficam sim, muito bonitas, quando dentro do contexto industrial decor.
Para se inspirar no estilo, não é preciso ter todos esses elementos juntos em um só espaço. Alguns toque industriais, como luminárias compostas apenas de lâmpadas de filamento e fios e cadeiras de ferro, como nesse projeto, já são uma aposta industrial menos literal.