Brutalismo: estilo arquitetônico e decorativo ganha adeptos no Brasil
A tendência começou como uma consequência do pós-guerra, quando era necessário tocar a construção civil num contexto de crise
atualizado
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Colunas estruturais sem reboco ou pintura, canos e fios à mostra, concreto aparente, blocos pré moldados no teto sem placas de gesso para escondê-los. Não é a descrição de um fim de reforma, ou de uma obra inacabada, mas de um estilo arquitetônico e decorativo que vem conquistando adeptos no Brasil.
O estilo arquitetônico começou como uma consequência do pós-guerra na metade do século 20, quando era necessário tocar a construção civil num contexto de crise. Obras simples, sem firulas, na qual a única preocupação era imediata e inevitável: que o projeto cumprisse sua função.
E se a função era apenas abrigar e fornecer água e energia, não existia a necessidade urgente de esconder encanamentos, rebocar tijolos, paredes de concreto ou esconder vigas e colunas.
Mas, como quem estava por trás dessas construções eram arquitetos, com suas cabeças de artistas, eles logo transformaram a necessidade do momento em um movimento. A brutalidade de uma obra crua, em arte. O estilo era um novo braço do modernismo e do minimalismo. Uma das cabeças por detrás da consolidação das ideias da tendência era ninguém menos que o então aclamado arquiteto modernista Le Corbusier.
Mas nem o peso do nome de Le Corbusier foi suficiente para agradar o mundo. As pessoas achavam o estilo feio e desajeitado. No Brasil, só se estabeleceu cerca de três décadas depois, nos anos 1970, como um movimento arquitetônico conhecido como Escola Paulista, cheio de influências das já citadas tendências europeias do começo do século, seguindo muito dos preceitos brutalistas.
Na decoração contemporânea, o brutalismo começa a se redesenhar com o sucesso do estilo industrial na segunda década do novo século. Abriu-se espaço pra a elegância da arquitetura exposta e crua dividir espaço com peças de design, arte, texturas, materiais. Porém, diferentemente do brutalismo de 1950, que nascia com a construção do espaço, agora, a área, totalmente bem acabada e finalizada, passa por uma reforma para poder expor os materiais construtivos.