“Babydoll de Nylon não será palanque político”, afirmam organizadores
O bloco cancelou participação no Carnaval de 2018 por conta de divergências com a Secretaria de Cultura do DF
atualizado
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“O Babydoll de Nylon não será palanque político”, disse o organizador do bloco, Raphael Pontual, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (19/1). O evento foi marcado para justificar a decisão do grupo de não participar do Carnaval de 2018.
Os organizadores alegaram que a burocracia imposta pelo Governo do Distrito Federal (GDF) dificultou a busca por patrocínio.
O Babydoll afirma que não tinha a intenção de captar exclusivamente recursos públicos. De acordo com a fala dos responsáveis pelo evento, o desejo era contar com maior participação do capital privado. No entanto, os organizadores consideraram “confuso” o edital de patrocínio elaborado pelo GDF.
Não desfilar é uma forma de protesto. Faltou diálogo horizontal com o poder público
Raphael Pontual
O grupo também reclama: “Pagamos R$ 14 mil de taxa para utilização do espaço público. É curioso que nem todos os blocos arcaram com isso. Não queremos apontar o dedo para ninguém, mas não faz muito sentido”.
Apesar dos problemas apontados, todos os sete organizadores garantem que não é o fim do Babydoll. O bloco deve desfilar novamente em 2019, mas em formato diferente.
David Murad cita que, em 2017, houve casos de vandalismo e intolerância. Apesar de terem sido ocorrências isoladas, a direção do Babydoll encarou como um alerta. “Queremos voltar reformulados, com mais controle das pessoas, para evitar danos. Não vamos deixar de ser um evento gratuito. Não vamos elitizar”.Em 2019, a previsão é que o bloco volte às ruas, em novo local. A coordenação do evento está trabalhando em um sistema on-line de distribuição de senhas, impondo uma restrição de público ao evento.
Secult
A Secretaria de Cultura do Distrito Federal (Secult) afirma que o bloco não se cadastrou para o Carnaval. O órgão informou não ter recebido nenhum pedido de apoio por parte do grupo carnavalesco.
Ainda de acordo com a pasta, todos os blocos que aderiram ao Plano de Carnaval foram contemplados com estrutura e atrações artísticas num volume maior que o investido em 2017.