A poucos dias do Carnaval, Blocos Tradicionais reclamam falta de apoio
Em coletiva na manhã desta sexta-feira (26/1), eles falaram que ainda não conversaram com o GDF sobre a folia
atualizado
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A poucos dias do Carnaval, a briga entre os organizadores dos blocos tradicionais e o Governo do Distrito Federal (GDF) continua. Na manhã desta sexta-feira (26/1), o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais de Brasília, Jorge Cimas, convocou a imprensa para uma coletiva na qual ressaltou a falta de apoio financeiro do Estado na realização da folia.
A principal reclamação gira em torno dos recursos cedidos para o pagamento de músicos e a contratação de outros profissionais que atuam durante a folia. “Sentimos boa vontade em relação à estrutura. Mas o que adianta um trio elétrico se não tivermos condições de pagar artistas”, alegou Romildo Carvalho, fundador do Galinho de Brasília.
“Há três anos fazemos o Carnaval de Brasília, entendendo as dificuldades do governo e arcando com os prejuízos. A estrutura melhorou. Mas só isso não faz festa”, completou Jorge Cimas.De acordo com o presidente, até o momento o governo não recebeu os membros da Liga, para discutir as necessidades dos blocos. “Nós sempre sentamos com o governo para discutir nos anos anteriores em que diziam não ter caixa. E, este ano, quando anunciam que há verbas, não nos recebem”, pontua.
“A liga tem mais de 100 horas de folia. Nos ofereceram sete bandas, que tocariam durante 1 hora cada uma. A conta não fecha”, concluiu Cimas.
Em nota, a Secretaria de Cultura diz entender que o Carnaval é uma manifestação cultural espontânea do povo brasileiro. “Quem realiza a festa são os blocos, os carnavalescos e agitadores culturais, no exercício de seu direito à cidade. Cabe ao governo garantir toda a estrutura necessária para que a festa ocorra com segurança e respeito ao folião. E, por isso, neste ano, o Governo de Brasília garantiu um investimento de cerca de R$ 5 milhões, além de R$ 1,4 milhão da iniciativa privada para custear diversas atividades relacionadas ao carnaval, o que inclui toda a necessidade de estrutura e logística dos blocos.
Neste ano, 136 blocos se cadastraram para desfilar, no período do Carnaval, em várias regiões administrativas. Diante da explosão de iniciativas carnavalescas, a Secretaria de Cultura vem cumprindo seu papel de incentivar e apoiar essas atividades de forma ainda mais democrática, preservando a diversidade e espontaneidade da folia.
Além disso, a Secretaria de Cultura ampliou em mais de cinco vezes o apoio financeiro à participação dos artistas locais nas atividades carnavalescas em relação ao ano passado. Foram investidos R$ 525 mil para a contratação de 40 artistas, permitindo maior integração entre as políticas públicas de fomento à atividade artística e à promoção cultural.
Somente para os oito blocos que integram a Liga dos Blocos Tradicionais (Galinho de Brasília, Baratona, Baratinha, Pacotão, Asé Dudu, Mamãe Taguá, Bloco dos Raparigueiros e Menino de Ceilândia) o recurso público aplicado chega a R$ 1,4 milhão para custear equipamentos de som e iluminação, palcos, banheiros químicos, UTI Móvel, brigadista entre outros insumos essenciais para que os foliões desses blocos possam se divertir com conforto e segurança. A Secretaria de Cultura também está arcando com outros R$ 200 mil em cachês de 14 grupos musicais (selecionados via chamamento público) que vão se apresentar nos eventos da Liga dos Blocos Tradicionais. Isso significa que o apoio financeiro aos eventos carnavalescos realizados pela Liga dos Blocos Tradicionais em 2018 supera em 65% o aporte do ano passado.”