Pacotão desfila irreverência neste domingo de carnaval
Estrutura teve que ser desmontada perto do Brasília Shopping para não bater em fios elétricos. Música ao vivo será retomada na 504 Sul
atualizado
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O Pacotão, um dos blocos mais tradicionais do Distrito Federal, saiu por volta das 16h30, quando deixou a comercial da 302/303 Norte em direção à via W3. O trio segue, pela contramão, até o destino final, na 504 Sul. A concentração começou, debaixo de chuva, por volta das 14h.
Mas, perto das 18h, um problema prejudicou a festa. Um erro de cálculo na altura do trio elétrico fez com que o veículo tivesse que parar pouco antes do Brasília Shopping. Isso porque a cobertura corria o risco de tocar a rede elétrica.
Depois de mais de meia hora parado para desmontar a estrutura, outro problema. Devido à chuva, os músicos não puderam tocar. Ainda assim, os foliões seguem em direção à parada final, onde a cobertura será remontada. A música ficou por conta do carro que escolta o trio, embalando a galera ao som de clássicos do axé.A professora Graciele de Sousa, 39 anos, acredita que a falta do trio não diminuiu a animação. No entanto, ela criticou a gestão do evento: “O bloco fala tanto do governo, mas olha só o que a organização do Pacotão deixou acontecer aqui”.
Mais cedo, os foliões curtiram a festa. O casal de aposentados Cristina Tita, 58 anos, e Sérgio Leni, 68, foi um dos primeiros a chegar. Tita é veterana e acompanha todas as edições do bloco desde 1986. “O que me atrai é a alegria e a organização. É um grito bem-humorado que o povo do DF dá”, conta Tita.
Wilma Ramos participa desde a primeira edição, em 1978. E sempre vai caracterizada como a Bruxa Danadinha, personagem que ela interpretava no extinto programa “Carrossel”, da TV Brasília. “Enquanto eu tiver saúde, vou continuar vindo. Eu amo esse bloco”, disse.
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) é alvo de críticas este ano. A marchinha do Pacotão ironiza a crise hídrica, a maior da história do Distrito Federal. A “torneira” do governador será carregada pelos foliões e promete soltar fumaça no lugar de água, em função do racionamento.
Quem também deu as caras na concentração foi o ex-ministro Antonio Palocci, “com autorização do juiz Sérgio Moro”, brinca o empresário Ricardo Araújo, de 56 anos. O brasiliense participa do bloco há 10 anos, mas foi fantasiado pela primeira vez. “De tanto as pessoas falarem que eu pareço com o Palocci, resolvi vir caracterizado. Só tive que passar ali antes pra tirar a tornozeleira”, brincou Ricardo.