Zema pede dinheiro e ajuda com comércio de nióbio a Bolsonaro
Paralisação do mercado financeiro afetou pagamento de recebíveis pela exploração do minério em Minas Gerais
atualizado
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), esteve no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (09/04), onde se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na reunião, ele pediu ajuda financeira ao estado, que já sofria com endividamento e vê suas receitas minarem devido à queda da arrecadação do ICMS decorrente da pandemia de coronavírus.
O chefe do Executivo mineiro saiu da reunião sem medidas concretas de socorro, mas com a promessa de análise pelo governo federal.
Além da crise de arrecadação do principal imposto estadual, Minas Gerais também sofre com a paralisação do comércio de nióbio, metal que torna o aço ainda mais resistente, devido ao freio imposto pelo mercado financeiro na compra desse minério. Minas Gerais tem a maior mina de nióbio do mundo, localizada na cidade de Araxá, distante 370 quilômetros da capital, Belo Horizonte.
“Como o governo tem grandes bancos, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, que muito provavelmente, por se tratar de um bom negócio para quem investe nesses papéis, esses bancos estarem assumindo essa operação, já que o mercado financeiro neste momento não está indo adiante com qualquer tipo de operação”, disse Zema sobre o pedido de apoio quanto ao pagamento de recebíveis da exploração de nióbio.
Zema prevê, no melhor dos cenários, uma retração econômica de R$ 7,5 bilhões no estado de Minas Gerais. O cálculo não leva em conta eventuais inadimplências no pagamento de impostos por parte das empresas.
“A projeção nossa é que o estado venha a ter, caso a economia caia 4%, R$ 7,5 bilhões a menos de ICMS este ano. Se a economia cair mais, esse número aumentaria. Sem considerar a inadimplência, porque muito provavelmente, muitas empresas deixarão de pagar devido à situação econômica”, prevê o governador.
Acordo por ajuda federal
Para Zema, as medidas de socorro anunciadas pela equipe de Bolsonaro não abarcam as necessidades do estado. Para ele, o aumento do Fundo de Participação dos Estados é bem vindo, mas não resolve a situação imposta pela crise do novo coronavírus à unidade da federação cuja principal receita vem do ICMS. O governador propôs impôr medidas de austeridade em troca de ajuda federal.
“O governo federal vai precisar fazer alguma coisa, que ele tenha algo em troca, como essas medidas de austeridade que eu sou favorável. Que o estado, se for necessário, fique sem um reajuste durante algum tempo para que receba esses recursos”, sugeriu.
A exploração e venda de nióbio é pauta defendida por Bolsonaro desde que ele era deputado federal. De acordo com Zema, o presidente ficou de analisar a paralisação da venda de ações relativas ao minério no mercado financeiro.