Zema diz que teve reunião tranquila com Lula: “Somos democratas”
Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, participou do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Avenida Paulista
atualizado
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (6/3), para discutir a dívida do estado com a União e o ressarcimento às vítimas da tragédia de Mariana.
Zema é aliado de Jair Bolsonaro (PL) e participou do ato convocado pelo ex-presidente na Avenida Paulista, no último dia 25 de fevereiro. Na saída do encontro com Lula, o governador, classificou o clima da reunião como “tranquilo”.
“O presidente, tanto quanto eu, somos democratas. Acreditamos na democracia e, divergência de opinião, nós temos até com o cônjuge, o que dizer então com os demais”, disse Zema.
“Nós estamos aqui em prol do Brasil, em prol de encontramos soluções para Minas Gerais, para melhorar o Brasil. E essas diferenças enquanto estamos trabalhando ficam de lado”, completou.
A reunião contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Atualmente, a dívida de Minas Gerais com a União alcança os R$ 165 bilhões.
Segundo o governador, o chefe da pasta se comprometeu a apresentar, até o final de março, uma proposta de aperfeiçoamento do atual Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O mecanismo permite que os estados em situação de desequilíbrio fiscal tenham acesso a benefícios, como a flexibilização das regras fiscais, concessões de crédito, entre outras possibilidades.
Para Zema, no entanto, a ferramenta é insuficiente para resolver o problema das dívidas. “Esses estados aderem, conseguem pagar no início, mas logo depois enfrentam dificuldades novamente, já que receita nunca consegue acompanhar o crescimento da dívida”, disse.
O governador também garantiu que as mudanças que serão propostas pela Fazenda valerão para os outros estados que já aderiram ao RRF: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás.
Tragédia de Mariana
Outro ponto discutido na reunião foi o ressarcimento aos afetados pelo rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, que atingiu cidades mineiras e do Espírito Santo. O governador afirmou que os entes concordaram em rever os termos do acordo para compensar as vítimas, mas isso só deve ocorrer após a definição sobre a presidência da Vale, uma das empresas responsáveis pela barragem que rompeu.
“A empresa, nesse momento, está vivendo um clima de definição de quem será o novo presidente, que deve acontecer agora em março. E tão logo isso passe, com toda certeza, a empresa deverá dar uma posição”, disse.
“Provamos que é possível fazer isso, como ocorreu na tragédia de Brumadinho, que aconteceu três anos depois da tragédia de Mariana, e Mariana até hoje nós só assistimos um consumo descomunal de recursos pela Fundação Renova e pouca coisa chegou ao atingidos. Então, não está funcionando, ressarcindo, compensando adequadamente”, pontuou.