Zelensky evita aplaudir discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU
Lula e Zelensky terão primeira reunião bilateral nesta quarta. Brasileiro tenta se posicionar como parceiro para negociações com a Rússia
atualizado
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Em Nova York para a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não aplaudiu o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira (19/9). Os dois líderes têm o primeiro encontro bilateral marcado para esta quarta-feira (20/9).
Durante o tradicional pronunciamento do Brasil na assembleia, o mandatário brasileiro citou o conflito na Ucrânia, ao defender que a guerra “escancara a incapacidade coletiva” dos países-membro de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU.
Lula também cobrou negociações e condenou sanções à Rússia, que invadiu o país vizinho em fevereiro de 2022. “As sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados”, prosseguiu.
Veja um compilado dos momentos em que Lula foi aplaudido na ONU e a reação de Zelensky:
Zelensky não aplaude Lula durante discurso do presidente brasileiro na Assembleia-Geral da ONU.
Pronunciamento do petista foi interrompido por palmas cinco vezes. Em todas elas, líder ucraniano permaneceu imóvel.
(Vídeo: @SamPancher) pic.twitter.com/WeoSZdy073
— Metrópoles (@Metropoles) September 19, 2023
Desde que assumiu o governo, Lula tem mantido a tradicional posição brasileira de neutralidade no conflito – ao condenar a invasão de um país soberano, mas sem adotar um posicionamento mais duro com relação ao país liderado por Vladimir Putin.
Nesse sentido, o petista busca se colocar como um dos possíveis negociadores da paz. No entanto, alega que os dois lados do conflito relutam em aceitar negociar. Falas anteriores do chefe do Planalto chegaram a causar desconforto em Zelensky, como quando ele afirmou que a Ucrânia também tem responsabilidade pelo prolongamento do conflito.
Clique aqui para ver o discurso de Lula completo.
Desigualdade e problemas globais
Lula discursou, nesta terça, na 78ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Tradicionalmente, o Brasil é o responsável por abrir os debates todos os anos, na agência multilateral que engloba 193 países sediada em Nova York, nos Estados Unidos.
Desde o início do seu discurso, Lula manteve a linha de que o Brasil estava “ausente” da geopolítica mundial, em crítica aberta à gestão de Jair Bolsonaro (PL).
“Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar a sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais”, apontou.