Zé Dirceu diz que define ano que vem seu futuro na política
Ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou as condenações contra o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula
atualizado
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José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), indicou que deverá decidir no final do ano que vem se continuará ou não na vida política. A decisão irá ainda passar pelo crivo do Partido dos Trabalhadores (PT).
A manifestação do ex-ministro de Lula acontece após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular todas as condenações contra Dirceu na Lava Jato. Com isso, ele tem o caminho aberto para voltar à vida política.
“No final de 25 eu vou tomar a decisão se eu voto ou não”, disse Dirceu. “Depende de quais são nossos objetivos em 25 e 26. Quando se falou na mesa da Câmara do Senado, na presidência, já naquele momento eu disse que o importante não era o nome, o importante era a agenda que nós queremos aprovar em 25 e 26.”
As condenações na Lava Jata contra Dirceu somavam, juntas, 23 anos de reclusão por corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida e lavagem de dinheiro. No entanto, Gilmar Mendes estendeu a decisão do STF que considerou Sergio Moro, juiz da Lava Jato, suspeito de atuar nos processos contra Lula e anulou as condenações do ex-ministro.
Congresso direitista
O ex-ministro da Casa Civil de Lula reforçou que o governo Lula encontra dificuldades dentro do Congresso Nacional em decorrência do perfil mais conservador, em especial na Câmara dos Deputados. Dirceu ainda indicou que, apesar disso, a gestão petista tem desenvolvido um bom trabalho.
“O presidente Lula governa no limite, porque ele ganhou a presidência da República, numa frente ampla, e a base parlamentar dele é menor. E a centro-direita tem maioria no Congresso. Então, todas as medidas nossas serão assim, negociadas”, afirmou.
Zé Dirceu também comentou a dificuldade do governo Lula na votação do pacote de revisão de gastos públicos do Palácio do Planalto, que aguarda apreciação do Congresso Nacional.
“Envolve pressões, não é só do mercado financeiro, do agro também. Envolve pressão, no caso do ajuste agora, daqueles que dependem da previdência, do BPC, do salário mútuo, do Bolsa Família. É a realidade, nós estamos indo muito bem”, finalizou.
A expectativa da Câmara dos Deputados é votar parte do pacote de revisão de gastos ainda nesta semana, entre terça (17/12) e quarta-feira (18/12).