Zambelli já chamou de “bandido” hacker que admitiu trabalhar para ela
Em 2019, Carla Zambelli criticou o “hacker da Vaza Jato”. A deputada também levou o suspeito a uma reunião com Jair Bolsonaro no ano passado
atualizado
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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) já chamou de “bandido” o hacker Walter Delgatti Neto, que admitiu, neste ano, trabalhar para a deputada desde agosto de 2022. A parlamentar e o hacker são alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (2/8).
O hacker chegou a participar de uma reunião sobre a campanha à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com o colunista do Metrópoles Igor Gadelha. Nas redes sociais, Zambeli publicou foto com Delgatti (veja abaixo).
Zambelli criticou o hacker em 2019, auge do vazamento das conversas entre Sergio Moro (União Brasil-PR) e Deltan Dallagnol. A parlamentar e o senador Moro são amigos de longa data, e o ex-ministro chegou a ser padrinho do casamento dela.
Em publicação feita no antigo perfil da deputada, suspenso por ordem judicial, ela criticou o hacker e políticos de esquerda que defendiam os vazamentos.
“Esquerdistas estão saindo em defesa dos hackers. É incrível. Não podem ver um bandido ser preso que já correm para puxar o saco dele”, escreveu no Twitter em 23 de julho.
“Daqui a pouco, vão dizer que os hackers tiraram milhões da pobreza e que a culpa é da elite fascista que não quer ver pobre andando de avião”, completou a deputada.
No ano passado, durante a corrida eleitoral, Zambelli levou Delgatti a um encontro com Bolsonaro. A presença do hacker nessa reunião irritou o ex-mandatário e a equipe dele, conforme informado pela coluna de Igor Gadelha.
Entenda a operação
A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação 3FA contra a deputada federal Carla Zambelli (PL) e Walter Delgatti, conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, em ação realizada na manhã desta quarta. Delgatti foi preso preventivamente em São Paulo.
No total, são quatro mandados de busca e apreensão tanto no apartamento funcional quanto no gabinete da deputada, em Brasília, e um mandado de prisão preventiva, em São Paulo, contra Delgatti.
O objetivo da operação é esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).