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Youtuber que tentou explodir bomba em aeroporto e outros bolsonaristas seguem foragidos

Mais de dois mil bolsonaristas foram presos e respondem pelos ataques antidemocráticos, mas polícia ainda busca foragidos

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Fotografia colorida de homem que segura bandeira do Brasil. Ele é militante bolsonarista Wellington Macedo suspeito de bomba - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida de homem que segura bandeira do Brasil. Ele é militante bolsonarista Wellington Macedo suspeito de bomba - Metrópoles - Foto: Reprodução/Facebook

A insatisfação de parte da militância bolsonarista com a derrota eleitoral gerou episódios de violência política em Brasília desde o final do ano passado. Houve a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em 12 de dezembro, o plano frustrado de explodir uma bomba no aeroporto da capital, em 24 de dezembro, e a depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Esses eventos levaram a processos judiciais que já resultaram na prisão de mais de duas mil pessoas, mas nem todos os acusados foram alcançados pela Justiça brasileira até agora e alguns estão foragidos há mais de dois meses.

O foragido acusado do crime mais grave é o youtuber bolsonarista Wellington Macedo de Souza, de 47 anos. Monitorado por tornozeleira eletrônica, ele dirigiu o carro que levou uma bomba para ser instalada em um caminhão de querosene que iria descarregar no Aeroporto de Brasília na véspera do Natal de 2022.

O artefato chegou a ser acionado, mas não funcionou. Se detonado, teria provocado uma tragédia, segundo o delegado-geral da Polícia Civil do DF (PCDF), Robson Cândido.

A perícia identificou que a bomba não explodiu devido a uma falha, “um microdetalhe técnico no detonador”, de acordo com o delegado. “Graças a Deus conseguimos interceptar. Seria uma tragédia jamais vista”, completou a autoridade.

Macedo e dois comparsas, George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, e Alan Diego dos Santos Rodrigues, de 32, já foram tornados réus pela tentativa de atentado a bomba. Os dois últimos foram pegos pela polícia nos dias seguintes ao atentado frustrado e estão presos. Eles devem depor pela primeira vez no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) até o final deste mês.

Wellington Macedo, que trabalhou com a hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF) no Ministério dos Direitos Humanos no início do governo de Jair Bolsonaro, já foi preso uma vez, em setembro de 2021. Na época, o bolsonarista era acusado de articular e financiar um ato antidemocrático no feriado de 7 de setembro. Ele foi solto em outubro daquele ano, mas seguia de tornozeleira eletrônica.

Seu paradeiro é desconhecido pelas autoridades, mas investigadores acreditam que ele fugiu do país. O Metrópoles questionou o Ministério da Justiça sobre a existência de esforços de cooperação internacional para buscar Macedo e outros foragidos, mas não houve resposta. Ainda em dezembro, já com a prisão decretada, ele chegou a gravar vídeo em que pediu dinheiro via Pix aos seguidores para continuar a se esconder da polícia e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fora do país

Outro bolsonarista que as autoridades acreditam estar foragido no exterior é o mineiro Esdras Jonatas dos Santos, de 34 anos, que não esteve em Brasília na época dos atos golpistas, mas participou do movimento em Belo Horizonte e é procurado pela Justiça mineira por participação em um episódio de agressão e roubo contra jornalistas que cobriam o acampamento “patriota”.

Esdras acabou ficando conhecido pela choradeira durante o ato de desmonte do acampamento, em janeiro.

Outro mineiro que também está foragido é o empresário Alcimar Francisco da Silva (foto), que foi um dos líderes do acampamento em frente ao quartel em Sete Lagoas e viajou a Brasília para o ato golpista de 8 de janeiro, tendo viralizado ao compartilhar vídeo segurando o retrato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a invasão ao Palácio do Planalto.

“Meu herói aqui, estou na casa dele, na nossa casa”. Disse Alcimar, na ocasião. Ele é um dos foragidos da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que tem sido deflagrada em fases tendo como alvos pessoas que invadiram e depredaram os prédios públicos ou que tenha incentivado ou patrocinado a tentativa de insurreição.

Como parte das ações sobre os atos antidemocráticos corre em sigilo no STF, não há um número definido de foragidos nem suas identidades.

Sabe-se que também é procurado pela Justiça o empresário Raif Jibran Filho, de 44 anos, que é sócio de um restaurante de alto padrão na Vila de São Jorge, no município de Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Policias federais quase o prenderam em uma das fases da Lesa Pátria, no final de janeiro, mas ele conseguiu fugir ao pular uma janela e seu paradeiro segue ignorado pelas autoridades mais de um mês depois.

Apesar de não darem muitas informações sobre os esforços para buscar os foragidos por participação em atos antidemocráticos, as autoridades têm obtido sucesso em buscas após as fugas. No último dia 2 de março, por exemplo, foi preso em Poços de Caldas (MG), saindo de uma padaria, o bolsonarista Alexandre Augusto Souza Carmo, que é ex-candidato a deputado federal. Ele estava foragido desde 14 de fevereiro.

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Policial conduz manifestante com toga preta de ministro do STF, durante atos de 8 de janeiro
Major da PM, Cláudio Mendes dos Santos liderou atos no QG e fugiu de Brasília após ataques de 8 de janeiro
Deputado Walber Virgolino compartilha conteúdo de extremistas invadindo o Congresso Nacional
Retrato de Renan Calheiros é rasgado durante atos golpistas
A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, vandalizada nos atos golpistas
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Prisões após invasão do Palácio do Planalto

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Policial conduz manifestante com toga preta de ministro do STF, durante atos de 8 de janeiro

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Major da PM, Cláudio Mendes dos Santos liderou atos no QG e fugiu de Brasília após ataques de 8 de janeiro

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Deputado Walber Virgolino compartilha conteúdo de extremistas invadindo o Congresso Nacional

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Retrato de Renan Calheiros é rasgado durante atos golpistas

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A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, vandalizada nos atos golpistas

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O Supremo Tribunal Federal foi o mais prejudicado

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Líder bolsonarista Ana Priscila Azevedo

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Caravana que viajou de Bauru até Brasília para atos golpistas

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Balanço de prisões e solturas

A maior operação policial/judicial contra os bolsonaristas acusados de participação em atos golpistas ocorreu em 9 de janeiro deste ano, dia seguinte à depredação das sedes dos Poderes. Na ocasião, 2.151 homens e mulheres foram presos.

Desses, segundo balanço divulgado pelo STF na última sexta (10/3), 745 foram liberados imediatamente após a identificação, incluindo os com mais de 70 anos, os com idades entre 60 e 70 anos com comorbidades e cerca de 50 mulheres que estavam com filhos menores de 12 anos nos atos.

Permanecem na prisão 440 homens e 82 mulheres. Os demais obtiveram liberdade provisória para responder ao processo, mas estão cumprindo medidas cautelares como o uso de tornozeleiras eletrônicas.

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