Yanomami foi morto por garimpeiros durante ritual fúnebre em Roraima
Indígenas do povo Yanomami faziam ritual de chorar os mortos, em cerimônia fúnebre, quando foram atacados por garimpeiros armados em barco
atualizado
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O ataque a tiros de garimpeiros contra indígenas Yanomami, que deixou um morto e dois feridos em Roraima, ocorreu durante um ritual fúnebre chamado “reuahu”, que é o processo de chorar os mortos.
Segundo comunicado da Hutukara Associação Yanomami, divulgado na segunda-feira (1/ 5), um grupo do povo Yanomami realizava esse ritual nas margens do Rio Mucajaí, quando foram atacados por seis garimpeiros, que atiravam de um barco.
No momento do ataque havia mulheres e crianças participando do ritual. Nesse primeiro momento, o agente indígena de saúde Ilson Xirixana, de 36 anos, foi atingido por um disparo na cabeça. O ataque ocorreu na comunidade Uxiu, região do Alto Mucajaí, no último sábado (29/4).
Perseguição no rio
Ainda segundo o comunicado da Hutukara, os indígenas Yanomami perseguiram o barco dos garimpeiros, que fugiram no sentido “garimpo Rangel”, na região do Surucucu.
Durante essa perseguição, outros dois indígenas foram atingidos por disparos no tórax e no abdômen. Eles tiveram hemorragia interna e estão internados em Boa Vista na UTI do Hospital Geral de Roraima (HGR). O indígena baleado na cabeça chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Inicialmente, todos foram socorridos de helicóptero e atendidos no Centro de Referência em Saúde, na base de Surucucu.
Armas
As lideranças da região suspeitam que esse grupo de garimpeiros tenha relação com facções criminosas.
De acordo com testemunhas, no momento do ataque os garimpeiros estavam embriagados e armados com armas de calibre 380, também chamadas de 9 mm curto.
Na noite de domingo (30/4), um dia após o ataque aos Yanomami, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) participava de uma fiscalização do Ibama, quando foi surpreendida por um ataque de garimpeiros.
Segundo a PRF, houve um confronto e quatro garimpeiros morreram. Os policiais apreenderam com os garimpeiros um fuzil, três pistolas, sete espingardas, além de duas miras holográficas, munições, celulares, rádios e outros artefatos ligados a armas de fogo.