Yanomami: aeronave é destruída e 2 são presos após fechamento de espaço aéreo
Objetivo da ação é combater atividades clandestinas de garimpo ilegal na região sudeste de Surucucu, próximo à fronteira com a Venezuela
atualizado
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Duas pessoas foram presas e uma aeronave destruída durante uma operação da Força Aérea Brasileira (FAB) na terra indígena yanonami, em Roraima. O objetivo da ação, divulgada na sexta-feira (7/4), é combater atividades clandestinas de garimpo ilegal na região sudeste de Surucucu, próximo à fronteira com a Venezuela.
Deflagrada a partir de ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), os agentes chegaram ao local na quinta-feira, em um helicóptero da Marinha – foram utilizados equipamentos de visão noturna.
De acordo com as informações da FAB, após a prisão e destruição dos equipamentos, os suspeitos foram entregues às autoridades policiais competentes em Boa Vista, capital de Roraima.
A ação contra os garimpos ilegais é feita em conjunto com a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e Força Nacional (FN).
“Durante a Operação Yanomami, a FAB tem identificado diversos garimpos entre ativos e inativos, pistas de pouso não homologadas e exploração mineral de cassiterita”, diz a FAB em seu site.
Espaço aéreo e crise yanomami
Desde que a situação dos yanomami foi exposta, em 20 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou o controle do espaço aéreo na região, com o objetivo de combater o garimpo ilegal.
O local é palco de uma crise de saúde pública indígena sem precedentes devido à desassistência do governo anterior. Desde então, o novo governo Lula tenta frear a crise com o envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desarticulação de garimpos ilegais.
De acordo com Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças yanomamis morreram em decorrência de desnutrição nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O garimpo predatório, além de prejudicar a saúde dos indígenas e aumentar a violência local, também devasta o meio-ambiente devido ao desmatamento, poluição de rios com mercúrio e outros prejuízos à fauna e à flora.