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“Nem todo mundo está contaminado pelo vírus da burrice”, diz Wyllys

O ex-deputado está morando na Alemanha e fazendo palestras em países da Europa sobre a atual situação política brasileira

atualizado

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Wilson Dias/Agência Brasil
Jean Wyllys
1 de 1 Jean Wyllys - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Desde que deixou o país, o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ) ministra palestras na Europa sobre a atual situação política brasileira. A primeira aconteceu em Berlim, cidade onde ele mora desde a renúncia do cargo. Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, na última segunda-feira (18/2), o ex-parlamentar deu uma conferência na Fundação Rosa Luxemburgo, ligada ao partido alemão A Esquerda. “Nem todo mundo está contaminado pelo vírus da burrice e do preconceito que infectou o novo governo do Brasil e parte dos eleitores que o aplaudem”, declarou na ocasião.

Após a conferência, Wyllys deu uma entrevista coletiva e fez críticas ao novo governo. “O atual ministro da Justiça quer legalizar e ampliar possibilidades de assassinato das pessoas. Por trás está, na verdade, uma tentativa de legalizar a opressão contra a oposição política que vai haver no governo Bolsonaro”, disse ele, segundo a Rádio França Internacional.

Em entrevista à Folha, o ex-deputado declarou que gostaria de saber qual o posicionamento do ministro Sergio Moro sobre a suposta relação entre as milícias cariocas e o clã Bolsonaro. Wyllys também levantou a questão da exoneração de Gustavo Bebianno do cargo de ministro. Ele acredita que a demissão pode ter ligação com assuntos relacionados às milícias e não apenas aos escândalos envolvendo candidaturas laranja no PSL.

Wyllys também afirmou não acreditar que o ministro Sergio Moro tenha empenho nas investigações sobre as ameaças que ele sofreu enquanto parlamentar. “Não confio na disposição dele em chegar ao fundo de lodaçal, pois estou convicto de que, no fundo desse esgoto, estão pessoas ligadas à família que lhe convidou para ser ministro da Justiça.”

Segundo ele, com a renúncia ele pretendia denunciar a “parcialidade descarada” de parte do judiciário e do Ministério Público, bem como da imprensa que, para ele, “se esqueceu do papel na sustentação da democracia e empoderou analfabetos políticos”.

Foram muitas as postagens para ironizar a saída de Wyllys da política. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a postar no Twitter que aquele era um grande dia, mas depois negou que houvesse qualquer relação entre a publicação e a renúncia do ex-deputado. O Movimento Brasil Livre (MBL) também se manifestou à época. “Resta perguntar à PF e ao Ministério Público o que estão fazendo para coibir a atuação dessa organização criminosa, especializada na divulgação de fake news e calúnias. Ou será que a PF e o MP se sentem representados?”.

Vida fora do brasil
Morando na capital alemã com a ajuda de amigos, Wyllys diz já ter sido convidado a dar palestras em Portugal, França, Suécia e Canadá. A decisão do ex-parlamentar de abandonar a vida pública aconteceu após sofrer ameaças de morte, inclusive aos familiares.

Segundo ele, o governo francês ofereceu asilo político. Porém o ex-parlamentar negou pela demora e por acreditar que existam pessoas que precisam mais do benefício do que ele. Wyllys pretende fazer oposição ao governo Bolsonaro por meio da atividade intelectual e literária. Para tanto, ele pretende conseguir um visto de pesquisador ou de estudante na Alemanha.

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