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Wrangler Rubicon: como é esse caro monstro fora-de-estrada?

Modelo topo de linha de R$ 425 mil mantém características dos velhos e históricos jipes e serve para tudo, principalmente se divertir

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Parei o Wrangler Rubicon branco num posto de combustíveis da BR-040 em Paracatu, em Minas Gerais, e tomei dois sustos. Primeiro, pedi ao frentista que enchesse o tanquinho de água que limpa o pára-brisas. Me abaixei e procurei abaixo do painel, ali perto da coluna de direção, a alavanca para abrir o vão do motor. Claro que não iria achar: ninguém jamais ousaria retirar aquelas clássicas travas manuais da tampa do motor. São dois trecos com muitos significados, que remontam os icônicos Jeep Willys MB, que nasceram para ajudar o exército dos Estados Unidos a ganhar a II Guerra Mundial, no início da década de 1940. 

O outro susto (nem tão grande assim, na verdade) foi ‘no tocante’ ao valor desembolsado para completar o tanque, que nem na reserva estava: R$ 445. Afinal, são 81 litros de capacidade – e ainda mais de gasolina, que já está por aí acima dos R$ 7, em função da política de preços de ‘adequamento global’ do governo Jair Bolsonaro.  Aliás, o consumo é ‘até bom’ para um carro de duas 2 toneladas. Vale reforçar: o gasto de combustível está inteiramente atrelado ao modo de condução, estradas etc. No período em que esteve cedido a este colunista, o Rubicon ficou ali na faixa 7km/l na cidade e uns 9km/l na estrada. 

Enfim, apesar das ‘constatações’ citadas lá acima – não são reclamações -, valeu muito a pena o passeio. Paracatu tem museus e casarios bem cuidados e um belo parque estadual em franca recuperação ambiental. E o Wrangler Rubicon, a versão mais apropriada aos obstáculos do off-road que já dirigi, é um baita de um carro.

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O motor, por exemplo, é um 2.0 turbo de 270cv e torque de 40,8 kgfm, com câmbio automático de 8 velocidades – com trocas de marcha rápidas e até suaves. Tudo isso garante uma velocidade máxima de 195 km/h, com aceleração de 0 a 100 em 8,1 segundos – o que, convenhamos, faz a carroceria balançar e assustar o condutor no início da convivência com ele. Mas é importante reforçar: correria não é o forte do modelo. 

As rodas levam um  conjunto de pneus todo-terreno BFGoodrich de 33” (e a suspensão é 5cm mais alta do que a dos irmãos Sahara). O sistema de tração é bruto: tem a opção de modos de uso (4×4, 4×4 auto, 4×4 part-time e 4×4 reduzida, por meio da charmosa alavanca à parte). Os diferenciais bloqueáveis dão muita ajuda em condições mais complexas da trilha, digamos assim. A versão Rubicon traz o Tru-Lok, que gera tração em todas as rodas da mesma forma. A barra estabilizadora pode ser desacoplada ao toque de um botão no console central. Só para se ter uma ideia, o Wrangler tem força para carregar 1,5 tonelada de reboque.

O Rubicon tem entre-eixos de 3 metros – o que garante espaço de sobra (são 548 litros de capacidade para o porta-malas). Obviamente, não é um carro de família. É de curtição, para quem tem conta bancária polpuda, com algumas características muito interessantes: o vidro do pára-brisa é acústico e há isolamento do piso e amortecimento de som adicional no painel. As portas e capota são removíveis – e aí, dependendo do tempo, você consegue configurá-lo do jeito que quiser, e de uma forma bem prática e rápida. Vira um belo conversível.

A vida a bordo é também boa. A posição de dirigir muito elevada provoca estranheza no início, mas depois se torna até divertida (deve ser falta de costume). A central multimídia tem tela touch de 8,4” e o GPS se compatibiliza fácil com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto – e ainda há o aplicativo Off-Road Pages, dando informações como grau de inclinação vertical e lateral, sistema de tração selecionado e status do bloqueio de diferencial. O painel de TFT 7″ é configurável, passando as informações que você quiser: navegação, estatísticas, mídia etc.


Curiosidades

. O Rubicon, como é feito com material durável, bem resistente mesmo, pode ser lavado tranquilamente por dentro. E tem, por exemplo, vários pontos de direção única para que a água não volte para dentro.

. Nos Estados Unidos, o Wrangler Rubicon ganhou uma versão – chamada 392, a mais poderosa da história da marca – de 470cv, resultado de motor V8 de 6.4 litros e 65kgfm de torque. Como se sabe, os norte-americanos amam, cultuam – reverenciam, enfim – carrões. A versão – que tem esse nome devido às 392 polegadas cúbicas – tem transmissão de 8 velocidades. Todo o conjunto faz o modelo ir de 0 a 96km/h em 4,5 segundos e permite que percorra 400 metros em 13 segundos.


 

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