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Witzel critica pacote anticrime de Moro: “Não resolve o problema”

Após reunião de governadores, em Brasília, chefe do Executivo fluminense defendeu criação de sistema único de segurança pública

atualizado

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Governador do RJ, Wilson Witzel
1 de 1 Governador do RJ, Wilson Witzel - Foto: Rafaela Felliciano/Metrópoles

Um dos discursos que mais chamaram atenção no Fórum de Governadores foi do chefe do Executivo fluminense, Wilson Witzel (PSL). Muito crítico, ele minimizou os possíveis efeitos do pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e defendeu a criação do Sistema Único de Segurança Pública.

Após a reunião dos governadores, na capital da República, Witzel falou sobre o assunto. O governador do Rio de Janeiro usou como exemplo a quantidade de armas ilegais em circulação no país. “O tráfico de armas vem inundando os nossos estados. A origem é o Paraguai. Talvez daria para armar a população umas três vezes”, ponderou.

Witzel reclamou da distribuição de repasses do governo federal aos estados e defendeu, por exemplo, a desburocratização ao acesso a essas receitas. “A distribuição deve seguir parâmetros exequíveis. O repasse deve ser monitorado ano a ano. O importante é que o dinheiro venha rápido não por condições burocráticas mas por finalísticas”, reclamou.

Uma das alternativas, segundo o mandatário fluminense, seria a criação do Sistema Único de Segurança Pública. “É fundamental para que possamos vencer os problemas, especialmente o tráfico, com maior integração entre as polícias, com transferência da competência nacional do combate ao tráfico para os estados”, destacou.

Nesta terça-feira (08/10/2019), governadores de 26 unidades da Federação estiveram em Brasília para debater temas como educação e segurança. Umas das propostas encampadas é a criação de novo imposto, taxando jogos eletrônicos. Os participantes acreditam que podem arrecadar até R$ 18 bilhões para a segurança pública com essa medida.

Witzel, no entanto, disse ser contra o novo tributo. “O problema é de gestão. Não adianta gastar mais dinheiro em algo que já está ruim. Recursos são bem-vindos, mas não adianta colocar em bolso sem fundo”, atacou.

“Pacote não resolve”
Witzel criticou duramente o pacote anticrime de Moro. “O modelo penitenciário é ruim, é preciso integrar as polícias. Estamos prendendo no varejo, temos que prender no atacado. Não resolve o problema”, frisou.

Para o governador fluminense, o problema não está na legislação. “[A dificuldade] está na gestão. Se nós não modificarmos a forma como lidamos com a polícia não vamos ter resultados. O combate deve asfixiar o crime no atacado, no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro”, salientou.

Apesar das ressalvas, o governador disse que vai apoiar o pacote anticrime. Witzel afirmou que o projeto poderia ser mais eficaz se facções criminosas fossem classificadas como “narcoterroristas” e reclamou de o projeto estar focado no recrudescimento das penas. “Isso é enxugar gelo”, finalizou.

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