WhatsApp bane 100 mil contas brasileiras às vésperas da corrida eleitoral
As remoções foram feitas por meio do sistema de integridade da plataforma, que identifica irregularidades na atuação de usuários
atualizado
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O WhatsApp informou, nesta quarta-feira (28/10), que baniu 100 mil contas brasileiras durante o mês de setembro, antes do início da campanha para as eleições municipais no país.
As remoções foram feitas por meio do sistema de integridade da plataforma, que identifica irregularidades na atuação de usuários, bem como a prática de disparos de mensagem em massa. De acordo com o diretor de políticas públicas para o WhatsApp no Facebook Brasil, Dario Durigan, em entrevista para o jornal O Globo, esses envios têm potencial para prejudicar o debate democrático.
O WhatsApp efetuou, desde 27 de setembro, um total de 256 banimentos devido a disparos em massa. O dado foi contabilizado até a última segunda-feira em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após o segundo turno das eleições, a plataforma e o TSE planejam divulgar um relatório com informações mais aprofundadas sobre as denúncias recebidas e verificadas, incluindo recortes regionais e estaduais dos números de telefone.
Denúncia
As denúncias realizadas ao TSE são formalizadas on-line, mediante preenchimento de formulário. O autor da acusação precisa informar à Justiça Eleitoral, ao tribunal ou a um partido se receber mensagens referentes às eleições. Também é necessário explicar o por quê de o conteúdo parecer suspeito.
Essas denúncias são encaminhadas em “lotes digitais” ao WhatsApp. Até hoje, houve três repasses do tipo. Por conta da criptografia de ponta a ponta do aplicativo, as mensagens enviadas pelos usuários, inclusive os expulsos, não podem ser acessadas pela plataforma ou pelo Judiciário.
Além de serem considerados comunicação ilegal, os disparos de mensagens em massa podem envolver outros crimes, como o financiamento dos envios via caixa 2 de campanha.
Durante a disputa para a Presidência da República em 2018, a empresa removeu cerca de 400 mil contas brasileiras por considerá-las uma ameaça para a corrida eleitoral, além de outros motivos diversos.