Weintraub diz à PF que Lewandowski tentou comprar sua casa
O ex-ministro depôs em investigação sobre entrevista na qual veiculou “informações falsas acerca da atuação do STF”
atualizado
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São Paulo – O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub disse, em depoimento à Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (4/2), que o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), tentou comprar sua casa em São Paulo no segundo semestre de 2021.
Weintraub foi ouvido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, em investigação sobre uma entrevista na qual veicula “informações falsas acerca da atuação do STF e de condutas relacionadas a um de seus membros”.
Ele afirmou, num podcast, de janeiro, que um dos magistrados do STF que negou habeas corpus a ele havia tentado comprar sua casa num condomínio fechado, sem que a propriedade estivesse à venda.
O ex-chefe da Educação disse durante o depoimento que foi seu advogado, Auro Hadano Tanaka, quem lhe informou sobre o suposto interesse de Lewandowski em comprar sua residência no Jardim Cordeiro, zona sul da capital paulista, e que a proposta de comercialização foi encaminhada por meio de uma corretora “da qual não se recorda o nome”.
O ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) ainda contou que, quando a oferta ocorreu, ele já estava morando nos Estados Unidos. Disse que irá encaminhar à PF registros de visitas de Lewandowski ao condomínio onde a casa está localizada.
Quando indagado se Lewandowski atuou em algum processo de seu interesse, Weintraub relatou que o ministro votou para negar-lhe um habeas corpus.
Weintraub explicou que só citou o caso durante a entrevista “por entender que seria um fato anedótico e curioso” e que “tinha lhe causado mal-estar, pois sua casa sequer estava à venda”. Ele negou que tenha tentado difamar o ministro e afirmou que não teve a intenção de insinuar qualquer tentativa de vantagem indevida.
Em nota, Ricardo Lewandowski se pronunciou: “O Gabinete do ministro informa que, por intermédio de uma corretora imobiliária, o ministro visitou duas casas no referido condomínio em São Paulo, as quais estavam à venda, mas nenhuma delas de propriedade do depoente”.