“Vou faturar”: leia negociações de investigados por venda de sentenças
Pelo menos cinco magistrados do Tribunal de Justiça de MS são investigados por venda de sentenças. Suspeitos estão afastados
atualizado
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Pelo menos cinco magistrados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados dos cargos públicos por suspeita de lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário do estado. Entre eles está o presidente da Corte, Sérgio Fernandes Martins.
Também foram afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MS Osmar Domingues Jeronymo e o sobrinho, servidor do TJMS, Danillo Moya Jeronymo.
O Metrópoles teve acesso à troca de mensagens entre os investigados, que revelam negociações em vendas de sentenças. Veja abaixo:
Durante as investigações da Polícia Federal foi comprovada a participação ativa dos escritórios de advocacias dos filhos dos desembargadores. Eles atuavam como “operadores” ao manter contato com interessados na compra de decisões.
Participavam, em conjunto, o desembargador Vladimir Abreu da Silva e os filhos Ana Carolina Machado Abreu da Silva e Marcus Vinícius Machado Abreu da Silva; o desembargador Alexandre Aguiar Bastos e a filha Camila Cavalcante Bastos; o desembargador Divoncir Schreiner Maran e os quatro filhos, Divoncir Schreiner Maran Júnior, Vanio Cesar Bonadiman Maran, Rafael Fernando Ghelen Maran e Maria Fernanda Ghelen Maran; e o desembargador Sideni Soncini Pimentel, com os filhos Rodrigo Gonçalves Pimentel e Renata Gonçalves Pimentel.
Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão contra os desembargadores e os nove advogados, além de empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema. Durante a operação foram encontrados mais de R$ 3 milhões em dinheiro, sendo R$ 2,7 milhões apenas na casa de um dos magistrados, além de diversas armas.
Os mandados são cumpridos em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT).
Os investigados, que estão afastados pelo prazo inicial de 180 dias dos cargos públicos, terão de usar tornozeleira eletrônica, e estão proibidos de acessar as dependências dos órgãos públicos e de se comunicar com outros investigados.