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Voto em 2022 não pesa em negociação com servidores, diz secretário

Secretário de Relações do Trabalho, José Feijóo, que negocia com os servidores públicos, rebateu críticas daqueles que apoiam o governo Lula

atualizado

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Condsef/Divulgação
Servidores públicos fazem manifestação - Metrópoles
1 de 1 Servidores públicos fazem manifestação - Metrópoles - Foto: Condsef/Divulgação

Principal negociador do governo Lula (PT) com o funcionalismo, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), José Lopez Feijóo, disse que o voto dos servidores na eleição de 2022 não é “elemento na mesa de negociação”.

“Eu não posso sentar em uma mesa de negociação e levar como parâmetro de negociação em quem as pessoas votaram”, afirmou o auxiliar da ministra Esther Dweck em entrevista ao Metrópoles. Segundo ele, esse não é o padrão para se negociar ou conceder reajustes.

Feijóo respondeu reclamação feita pelos professores, de que o governo não atende a base que ajudou a elegê-lo e, em vez disso, concede reajustes a policiais, categoria que, em sua maioria, está mais distante ideologicamente do atual governo.

“Quem se esforçou para derrotar o Bolsonaro, seja em que categoria for, possivelmente tem policiais que fizeram isso também, porque eles não tiveram reajuste no governo Bolsonaro (…) Quem fez esse esforço, independendo de onde está, não votou para ter melhor salário, votou para evitar que um governo autoritário tivesse mais um mandato e aí consolidasse um processo ditatorial definitivamente. Votou para restabelecer a democracia”, argumenta o gestor público.

E completou: “Me parece bastante esquisito você votar porque neste governo eu terei mais ou menos aumento. Eu voto porque eu gosto da democracia, acho a democracia importante e a minha mobilização para eleger o governo A ou B tem a ver com isso. Então, quem votou no Bolsonaro prefere regimes mais duros, quem votou no presidente Lula e nessa frente é porque prefere a democracia. Essa é a minha visão. Isso não pode ser elemento na mesa de negociação”.

O secretário Feijóo argumentou ainda que, enquanto o reajuste oferecido aos docentes varia de 13,3% a 31%, o dos policiais varia de 7,7% a 22%.

O secretário ainda sustentou que também precisa negociar com outras categorias, como as carreiras PGPE (o chamado “carreirão”, dos servidores administrativos que atuam nos ministérios) e PST (profissionais de previdência, saúde e trabalho), que têm 345 mil funcionários públicos, entre ativos e aposentados. Até julho, o governo espera negociar com todas as categorias para os próximos dois anos.

Próximo de Lula, Feijóo foi escalado pessoalmente pelo presidente, ainda em 2023, para ser o principal negociador do governo com o funcionalismo público.

Executiva do PT entrou em campo

Na semana passada, a Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) entrou em campo e se reuniu com uma comitiva de dirigentes da greve de docentes, na tentativa do partido de intermediar as negociações pelo fim da greve.

Segundo relatos da reunião, a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, buscou esclarecer o impasse que levou à greve e seu prolongamento, na tentativa de facilitar a retomada de negociações entre o governo e os comandos nacionais de greves.

Os professores disseram que o movimento surgiu de uma “genuína insatisfação da base docente”, que estaria se sentindo frustrada e cansada com a remuneração corroída nos últimos anos e as universidades sucateadas. Os docentes ainda se queixam de ter ajudado em peso a eleger o atual governo e não terem conseguido nada para a categoria após mais de um ano de gestão.

Eles salientaram que a greve não se trata de uma “provocação” de algum grupo político ultra esquerdista nem tampouco é um movimento contra o governo Lula. Foi reforçada a demanda pela recomposição do orçamento das universidades e institutos federais.

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