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“Voltar a amar o próximo é uma necessidade”, diz Cármen Lúcia na CNBB

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) participou, nesta quarta-feira (14/2), do lançamento da Campanha da Fraternidade 2018

atualizado

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1 de 1 carmen lucia cnbb - Foto: Sara Alves/Metrópoles

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lançou nesta quarta-feira (14/2), em Brasília, a Campanha da Fraternidade 2018. A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, participou da solenidade na nova sede da CNBB, na Asa Norte. Em breve discurso, a magistrada falou sobre o tema “Fraternidade e Superação da Violência” e o lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8), que pautarão a campanha deste ano.

Cármen Lúcia deixou de lado a possibilidade de uma fala burocrática e relembrou a infância em Montes Claros, Minas Gerais. “Quando eu era menina e tinha algum problema, minha mãe dizia para eu chamar um adulto. Hoje, vejo mães e professores alertarem as crianças a desconfiarem de adultos na porta da escola”, afirmou a ministra, ao comentar o crescimento da violência.

“Qualquer que seja a crença, há uma imperiosa necessidade de superar a violência. Temos que recuperar os valores. Voltar a amar o próximo é uma das necessidades. A capacidade de amar e perdoar”, continuou Cármen Lúcia. A ministra mencionou, ainda, o Poder Judiciário, ao dizer que ele é “voltado para a aplicação do direito, da solução dos conflitos de todas as formas de violência”.

Igreja e política
O presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, aproveitou a oportunidade para revelar o posicionamento da igreja em relação aos candidatos que defendem a liberação do uso de armas de fogo. “A igreja está com quem é comprometido com a justiça social e com a paz, e não com aqueles que promovem mais violência”, disse.

Rocha afirmou que o papel da Igreja é de “ajudar” a formar opiniões de combate ao crime sem uso da violência. “É um grande equívoco achar que superamos a violência recorrendo a mais violência”, afirmou o cardeal Sergio da Rocha.

O papa Francisco participou do evento à distância, com o envio de uma mensagem para os brasileiros. O pontífice defendeu o perdão como instrumento de pacificação na sociedade. “A paz é tecida no dia a dia, nas relações familiares, de trabalho, com a natureza. Perdoar não é fácil, mas se faz fundamental na consolidação da paz”, escreveu.

A cerimônia também contou com a presença do deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ), coordenador da Frente Parlamentar pela Prevenção da Violência e Redução de Homicídios, na Câmara.

Em seu discurso, o parlamentar lamentou os crescentes casos de violência e atribuiu a responsabilidade às autoridades. “Nós nos acostumamos com a tragédia. O Carnaval foi marcado pela violência. Foi um Carnaval de omissão das autoridades”, pontuou Molon, ao acrescentar que passou o feriado no Rio de Janeiro.

Momento de reflexão
A Campanha da Fraternidade é amplamente difundida pela igreja católica como caminho de conversão quaresmal, período de 40 dias no qual os fiéis são convidados a praticar a oração e o jejum até o domingo de Ramos. Além disso, os problemas sociais do país são colocados em reflexão.

“A superação da violência, condição para uma sociedade e uma cultura da paz, exige comprometimento e ações envolvendo a sociedade civil organizada, a igreja e os poderes constituídos para a formulação de políticas públicas emancipatórias que assegurem a vida e o direito das pessoas em uma sociedade e cultura de paz”, afirmou o secretário-executivo da campanha, padre Luís Fernando da Silva.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apesar de possuir menos de 3% da população do planeta, o Brasil corresponde por quase 13% dos assassinatos. A pesquisa aponta também que, em 2014, o país chegou ao topo do ranking, com o número absoluto de homicídios. Foram, no total, 59.627 mortes.

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