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Volta de PMs às ruas derruba número de homicídios no ES

No domingo (12/2), o estado registrou quatro mortes, índice três vezes menor que o do dia anterior

atualizado

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WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Polícia Militar Espírito Santo
1 de 1 Polícia Militar Espírito Santo - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O número de homicídios no Espírito Santo caiu após a volta parcial dos policiais militares às ruas, iniciada no sábado (11/2). Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), 1.236 policiais voltaram ao trabalho no fim de semana, o que representa 12% do total de PMs da ativa. Desde então, o estado registrou quatro mortes — o menor número desde o início do motim —, totalizando 144 em nove dias.

No sábado, houve 12 assassinatos nas cidades capixabas. O retorno dos PMs e a atuação de mais de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança coincide com a queda de homicídios no estado.

A expectativa é de que a situação na Grande Vitória se aproxime da normalidade a partir desta segunda-feira (13). Isso porque as aulas na rede pública foram retomadas e o comércio deve reabrir. Quase toda a frota de ônibus está circulando, mas o funcionamento ocorrerá com horário reduzido.

A volta de uma parte dos policiais ao trabalho contou até mesmo com o uso de helicópteros das Forças Armadas e da própria PM. Soldados lotados no Batalhão de Missões Especiais (BME) se apresentaram na Capitania dos Portos de Vitória e foram transportados em helicópteros para a sede do batalhão, que fica junto ao Quartel Central da PM.

Mulheres que participam do movimento que paralisou a Polícia Militar acompanharam as chegadas e saídas das aeronaves no quartel a distância, junto aos muros. Elas aplaudiam os policiais e gritavam palavras de apoio. Alguns dos PMs se emocionavam.

Protesto
Mesmo com o retorno gradual dos policiais às ruas, o movimento que paralisou a polícia militar continua “firme e forte”, de acordo com as mulheres. Elas insistem nas reivindicações que levaram ao motim, como o reajuste salarial de 43% referente a perdas nos últimos seis anos. As mulheres também afirmam ser “inegociável” a anistia total a todos os PMs e às próprias mulheres.

Na sexta-feira (10), a Sesp informou que abriu processo por crime de revolta contra 703 policiais, cuja pena pode chegar a 20 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) estuda federalizar o crime de motim e o Ministério Público Federal (MPF) pode ingressar com uma ação para cobrar das mulheres os custos de envio de tropas nacionais ao Espírito Santo.

A porta-voz das representantes dos PMs do 6º Batalhão, que se apresentou apenas como Cristina, disse que as lideranças querem se encontrar com o governador Paulo Hartung e com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tentar colocar fim ao movimento.

“Queremos fazer com o governador o que ele tem falado por esses dias, conversar olhando no branco do olho”, afirmou. Elas querem que Janot também participe do evento. “Ele veio ao Espírito Santo ontem (sábado) e não tivemos a chance de conversar com ele”.

Cristina disse que as negociações realizadas até o momento com o governo foram “táticas de guerrilha” e que expõem somente um dos lados.

“Jogaram a sociedade contra a gente. As pessoas passam na frente dos batalhões e nos xingam. É triste saber que não estão nos apoiando. Mas se ponham no lugar dos soldados: eles precisam revezar coletes à prova de balas, que muitas vezes estão com prazo de validade vencido, estão com viaturas sucateadas. É desse jeito que a PM tem que proteger a sociedade”, desabafou.

Desgaste
Depois de uma reunião com o presidente Michel Temer e três ministros no Palácio do Jaburu, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, reconheceu no domingo (12) que o motim da PM trouxe um desgaste para a imagem do país porque, de fato, há uma “situação de intranquilidade da população”.

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