Vizinha ajudou a socorrer criança jogada do 5º andar pela mãe
“Foi Deus que fez estarmos aqui exatamente neste horário”, diz vizinha. Após jogar criança, mãe tacou fogo na cortina e também se atirou
atualizado
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Nadia e o marido entravam na garagem do prédio, na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, na região do Jaguaré, zona oeste de São Paulo, quando ouviram um barulho do choque de algo pesado contra o para-brisa do carro. Eles não podiam imaginar que era uma criança de três anos, enrolada em lençóis, que havia sido jogada, possivelmente pela própria mãe, pela janela.
“Foi Deus que fez a gente estar aqui exatamente neste horário”, disse Nadia, que voltava do supermercado, junto do marido, Carlos Roberto. A criança atingiu o automóvel, quicou e depois caiu no chão, a mais ou menos um metro de distância do veículo. Ele pegou a menina e deixou no colo de Nadia, que é cadeirante. “Ela estava assustada, sem entender o que estava acontecendo. Mas eu consegui acalmá-la”, disse ela, que ficou com a garota até a chegada dos bombeiros.
De acordo com a Polícia Civil, a mãe, a estudante Fernanda Fernandes Garcia, de 29 anos, cortou a tela de proteção da janela e atirou a filha por volta de 0h20, do quinto andar do edifício. A menina estava dormindo quando foi arremessada pela janela.
Depois de ter jogado a filha, a mulher passou cerca de uma hora trancada no próprio apartamento e ateou fogo às cortinas. Ainda conforme a polícia, Fernanda estava transtornada, portando duas facas, dizendo que iria pular. Policiais tentaram acalmá-la, mas ela ateou fogo no apartamento, incendiando as cortinas. Assim que os bombeiros entraram no imóvel, Fernanda se jogou pela janela.
“Graças a Deus ela (a criança) passa bem”, afirmou Nadia, que mora no quarto andar do prédio, mas não conhecia Fernanda nem a filha. A mãe foi indiciada por tentativa de homicídio e incêndio. O boletim de ocorrência foi registrado pelo 91º DP (Ceasa).
Caso Nardoni
O episódio lembra um crime que chocou o País: o assassinato de Isabella Nardoni, em 29 de março de 2008. O júri entendeu que os autores do crime foram o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, condenados a 30 e 26 anos.
Alexandre, pai da criança, foi condenado a 30 anos e dois meses de prisão, enquanto a madrasta Ana Carolina recebeu pena de 26 anos e oito meses. Os dois estão presos em penitenciárias de Tremembé, no interior paulista.
Em maio, Alexandre foi transferido para o regime semiaberto. Ele deixou sua cela na ala do regime fechado e foi levado para as dependências mais amplas do semiaberto na mesma penitenciária.
Anna Carolina Jatobá, condenada pelo mesmo crime, já é beneficiária das saídas temporárias desde 2017 e, no dia 7 de março, saiu da prisão para passar em casa o Dia das Mães.