Viúva de petista morto diz que Bolsonaro faz “uso político” da tragédia
O presidente fez ligação de vídeo com irmão do ex-tesoureiro do PT, assassinado por um policial bolsonarista no último sábado (9/7)
atualizado
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A policial civil Pâmela Suellen Silva, esposa do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, assassinado no último sábado (9/7), afirmou que vê tentativa de uso político da tragédia pelo presidente. Por intermédio do deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), Jair Bolsonaro fez uma ligação de vídeo nesta terça-feira (12/7) para os irmãos do petista.
“Acredito que Bolsonaro está preocupado com a repercussão política, porque, tanto no vídeo que fez no cercadinho, como no que conversa com os irmãos do Marcelo, Bolsonaro diz que estão tentando colocar a culpa nele”, afirmou Pâmela à coluna da jornalista Bela Megale.
Pâmela contou que soube da ligação do presidente aos irmãos de seu marido somente quando recebeu um vídeo da conversa. Ela diz que não foi convidada e não recebeu nenhum contato de Bolsonaro ou do governo lhe prestando solidariedade.
“Ele [Bolsonaro] os procurou porque esses dois irmãos são apoiadores do Bolsonaro, das ideias de direita. Sempre havia essa debates entre eles, mas eles se respeitavam e cada um seguia sua vida”, relatou.
Na segunda-feira, ao comentar o caso, o mandatário disse que não tem “nada a ver” com o crime, mas sugeriu que “o histórico de violência” é recorrente “do outro lado”. Ele também disse que Marcelo teria jogado uma pedra no carro do atirador Jorge José da Rocha Guaranho.
A viúva de Marcelo classificou a fala do presidente como “ridícula” e afirmou que ele tenta “distorcer o fato real”. Pâmela ainda acrescentou que aceitaria ter participado do encontro com condição de dar uma coletiva de imprensa relatando os fatos que aconteceram. “Não aceitaria ir só para fazer foto.”
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