Viúva de Marielle vai cobrar MP por saída de promotoras do caso
Simone Sibilio e Leticia Emile pediram exoneração da força-tarefa que investiga desde 2018 as mortes de Marielle e Anderson
atualizado
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Rio de Janeiro – Viúva de Marielle Franco, a vereadora Monica Benicio (PSol) vai ao Ministério Público nesta terça-feira (13/7) pedir explicações sobre a saída das promotoras Simone Sibilio e Leticia Emile da força-tarefa que investiga as mortes da ativista e do motorista Anderson Gomes, em 2018.
“Há três anos, as promotoras se dedicaram exclusivamente ao caso. Mas pediram para sair por interferência externa. O que é isso? Também vou cobrar do governador Cláudio Castro (PL) um pronunciamento público a respeito”, declarou Monica Benicio ao Metrópoles.
Além das promotoras, a Polícia Civil substituiu o titular da Delegacia de Homicídios da Capital, Moisés Santana, pelo delegado Henrique Damasceno, que comandou as investigações do menino Henry Borel e do funkeiro Kevin Bueno, na 16ª DP (Barra da Tijuca).
“Algo aconteceu para colocar em xeque as promotoras. O caso Marielle é um caso político que mexe com a democracia do país”, afirmou Monica. O deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) também reivindica explicações públicas sobre a saída das promotoras e a troca do delegado.
“O governador Cláudio Castro já me ligou para falar que as investigações eram prioridades. Agora há o silêncio. Houve uma mudança de postura. Explicações têm que ser dadas publicamente tanto por Castro quanto pelo chefe do Ministério Público, Luciano Mattos”, afirmou Freixo.
Em nota, o Ministério Público informou que “a escolha dos nomes para atuar na força-tarefa que investiga o caso Marielle e Anderson terá todo o cuidado necessário para que essa mudança não programada não prejudique a investigação destinada à apuração de eventuais mandantes do crime e tenha o êxito esperado pela sociedade”.
O caso Marielle e Anderson
No dia 14 de março de 2018, Marielle e Anderson foram atingidos por tiros de uma submetralhadora por homens em um carro que os seguiu pela região central do Rio.
Ronnie Lessa é apontado na denúncia como o autor dos disparos. Ele estaria no banco de trás do Cobalt que perseguiu o veículo da vereadora. Segundo a investigação, Élcio de Queiroz dirigia o Cobalt usado para perseguir as vítimas. Por determinação judicial, os dois vão a júri popular.