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Vítimas de médico preso por abusos sexuais podem chega a 100, diz PCGO

De acordo com a corporação, até o momento, mais de 50 pessoas já procuraram a polícia, 41 delas já foram ouvidas. Suspeito está preso

atualizado

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goias medico suspeito abuso sexual
1 de 1 goias medico suspeito abuso sexual - Foto: Divulgação/PCGO

Goiânia – Preso por suspeita de violação sexual mediante fraude, o médico Nicodemos Júnio Estanislau Morais, de 41 anos, é investigado por uma força-tarefa da Polícia Civil de Goiás, em caráter multidisciplinar, composta apenas por mulheres. De acordo com a corporação, o número de vítimas pode chegar a 100, incluindo pessoas de outros estados.

A delegada que está à frente do caso, Isabella Joy, da Delegacia da Mulher de Anápolis, disse ao Metrópoles que o número de vítimas pode chegar a 100, a partir do momento que o caso ganha projeção. Ela afirma ser importante que as mulheres que identificarem o médico e que tenham se sentido, de alguma maneira, vítimas de abuso, não deixem de procurar a Polícia Civil.

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Nicodemos no momento em que foi preso, em Anápolis
Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude
Jovem de 20 anos relatou abuso do médico, quando tinha apenas 12
Mais de 40 vítimas já formalizaram denúncia contra o médico
Médico chegou a ser condenado em 2018
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"Posso testar?", perguntou o médico a uma paciente que questionava sobre anel vaginal

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Nicodemos no momento em que foi preso, em Anápolis

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Ginecologista Nicodemos é suspeito de violação sexual mediante fraude

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Jovem de 20 anos relatou abuso do médico, quando tinha apenas 12

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Mais de 40 vítimas já formalizaram denúncia contra o médico

Arquivo pessoal
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Médico chegou a ser condenado em 2018

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Conforme o que foi apurado até agora, os crimes aconteciam durante consultas e por aplicativos de mensagens. A polícia já recebeu ligações de mulheres de Pirenópolis, Goiânia, Abadiânia e até do Pará. Ao todo, 41 vítimas já formalizaram denúncia contra Nicodemos.

O médico é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável. Ele foi detido em seu consultório no município de Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, e está preso preventivamente desde a última quarta-feira (29/9).

“Posso testar?”

Uma conversa atribuída a uma paciente e o ginecologista revela o homem se insinuando e fazendo comentários de cunho sexual enquanto a mulher tirava dúvidas sobre um método contraceptivo.

De acordo com a Polícia Civil, a conversa teria acontecido no mês de julho de 2020, após uma consulta. Na conversa que teve com a paciente após uma consulta, ela pergunta se o uso do anel vaginal não atrapalharia a relação sexual. “Bom, minha namorada já usou e eu não percebi diferença alguma. Posso testar kkk. Brincadeira”, responde o médico.

Clitóris

Vítimas relatam que, durante exames ginecológicos, o médico tentava manipular o clitóris, que é o órgão feminino relacionado ao prazer sexual. Isso teria ocorrido inclusive durante o exame de pré-natal em grávidas.

“Ele tocava de forma não ginecológica as vítimas, fazia com que a vítima tocasse no órgão genital dele. Era o mesmo modus operandi”, explica a delegada Isabella Joy.

A investigadora conta que os depoimentos das vítimas são muito parecidos e algumas frases atribuídas ao suspeito são as mesmas para diferentes momentos de violação. A maior parte das vítimas é de Goiás, mas também há mulheres de outras unidades da Federação, como Pará e Distrito Federal (onde ele foi condenado por crime parecido).

Além dos encontros presenciais, o médico mandaria mensagens de cunho sexual para as pacientes. Ele indicaria, por exemplo, livros de conteúdo sexual em “tom de brincadeira”.

A aromaterapeuta Kethleen Carneiro, hoje com 20 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira (30/9). A jovem relatou que quando tinha 12 anos o ginecologista ficou falando sobre “ponto G” e chegou a mostrar um quadrinho pornográfico para ela.

Veja o vídeo:

Audiência de custódia

Nicodemos foi preso em seu consultório, após a denúncia de três pacientes. Ele deve passar por audiência de custódia nesta sexta-feira para definir se permanecerá detido. O caso está em segredo de Justiça.

A defesa do ginecologista informou que, até o momento, só teve acesso a algumas peças do inquérito policial. Nesses documentos só haveria o simples exercício profissional, segundo o advogado Carlos Eduardo Gonçalves Martins.

“O médico em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”, diz nota da defesa.

O advogado também afirmou que várias pacientes de Nicodemos ligaram para familiares do médico, assustadas com a prisão, e se prontificaram a prestar depoimento em favor do ginecologista.

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