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Vítimas de escravidão moderna chegam a 50 milhões no mundo, aponta ONU

Desse total, 22 milhões de pessoas são casadas contra sua própria vontade e 27,6 milhões são indivíduos submetidos a trabalhos forçados

atualizado

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Agência Brasil
trabalho análogo à escravidão
1 de 1 trabalho análogo à escravidão - Foto: Agência Brasil

Crises como a pandemia, conflitos armados e mudanças climáticas motivaram o aumento da escravidão moderna. Nesta segunda-feira (12/9), a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que quase 50 milhões de pessoas estavam presas a trabalhos ou casamentos forçados no ano passado.

A ONU tem a meta de erradicar esses problemas até 2030. Em comparação com as estimativas mundiais de 2016, mais 10 milhões de pessoas estavam em situação de escravidão moderna em 2021. É o que aponta o relatório publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) com a ONG Walk Free Foundation.

Dos 50 milhões de afetados, 22 milhões de pessoas são casadas contra sua vontade e 27,6 milhões são indivíduos submetidos a trabalhos forçados. Os dois casos se enquadram na definição da OIT de escravidão moderna, pois envolvem pessoas que “não podem recusar ou não podem sair devido a ameaças, violência, engano, abuso de poder ou outras formas de coerção”.

Mulheres, meninas e imigrantes são os mais afetados. De acordo com o relatório, as mulheres e as meninas representam mais de dois terços das pessoas forçadas ao matrimônio e quase quatro de cada cinco são pessoas que sofrem exploração sexual comercial.

Os números do relatório ainda mostram que quase uma de cada 150 pessoas no mundo é vítima de alguma forma de escravidão moderna. Os dados, que procedem de informações domiciliares representativas a nível nacional, indicam que os casos de escravidão não são transitórios, mas duram vários anos.

“É chocante que a situação da escravidão moderna não esteja melhorando. Nada pode justificar a persistência deste abuso fundamental dos direitos humanos”, afirmou Guy Ryder, diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em um comunicado.

Grupos mais vulneráveis

Segundo o relatório, quase um trabalhador forçado de cada oito é criança, e mais da metade delas são vítimas de exploração sexual comercial. Além disso, os trabalhadores migrantes são três vezes mais suscetíveis a enfrentar trabalhos forçados que os trabalhadores adultos não migrantes.

A escravidão moderna acontece em quase todos os países do mundo e atravessa linhas étnicas, culturais e religiosas. Mais da metade (52%) de todos os trabalhos forçados e 25% de todos os casamentos forçados ocorrem em países de renda média-alta ou alta.

Medidas propostas

Para acabar com a escravidão moderna o relatório propõe uma série de medidas que representariam um avanço significativo. Algumas medidas de acordo com a OIT são:

  • Melhorar e fazer cumprir as leis e as inspeções trabalhistas;
  • Acabar com o trabalho forçado imposto pelo Estado;
  • Reforçar as medidas de combate ao trabalho forçado e ao tráfico de pessoas nas empresas e nas cadeias de produção;
  • Ampliar a proteção social e fortalecer as proteções legais, incluindo o aumento da idade legal de casamento para 18 anos, sem exceção.

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