Vítimas de desastre em Brumadinho vão recorrer ao STF contra acordo da Vale
Grupo manifesta contra o acordo de R$ 37,7 bi feito entre o governo de Minas Gerais e a empresa Vale assinado nesta quinta-feira (4/2)
atualizado
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Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) protestaram em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, na manhã desta quinta-feira (4/2).
O grupo manifesta contra o acordo feito entre o governo de Minas Gerais e a empresa Vale assinado no começa desta quinta-feira, para reparação integral dos danos ambientais e sociais decorrentes do rompimento da barragem B-1, em Brumadinho, em janeiro de 2019.
O Metrópoles apurou que o valor do acordo foi fechado em R$ 37,7 bilhões. O número pedido no início da tratativa era de quase R$ 55 bilhões. Um dos membros da coordenação nacional do MAB afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais, que o grupo vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a negociação.
O ativista defendeu que o valor negociado “não cobre o prejuízo causado a todas as famílias, as mortes e, especialmente, a destruição ambiental que teve em toda a bacia”.
Ele também disse que o valor negociado é “absurdo”, tendo em vista que a Vale deveria pagar, de acordo com as primeiras negociações, 32% a mais do que a quantia definida nesta quinta-feira.
Com gritos de ordem e bandeiras, os ativistas protestam pela falta de participação dos atingidos no desastre nas negociações. “É uma imensa violação e uma imensa ditadura por parte da Vale e das instituições que concordaram em fazer o acordo sem os atingidos”.
Por fim, o membro do MAB afirmou que os atingidos continuarão lutando para que a quantia restante seja paga. “Vamos recorrer sobre esse acordo no Supremo Tribunal Federal”.
Acordo
No aspecto socioeconômico, o acordo inclui projetos de demanda das comunidades atingidas, programa de transferência de renda à população atingida – em substituição ao atual pagamento de auxílio emergencial – e projetos para Brumadinho e demais municípios da Bacia do Paraopeba.
O governo pedia cerca de R$ 55 bilhões, sendo R$ 28 bilhões por danos morais. O pedido não foi aceito pela empresa e o valor do acordo realizado é 32% menor do que o pedido inicial.