Vítimas de cirurgião investigado por mutilações podem passar de 100
Número de vítimas chegou a 73 na semana passada e pode ultrapassar 100. Cirurgião está afastado por 180 dias das atividades pela Justiça
atualizado
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O cirurgião João Couto Neto, especialista em sistema digestivo, é investigado por lesões e mutilações durante procedimentos médicos, em Novo Hamburgo (RS). Segundo a Polícia Civil, número de vítimas pode passar de 100.
A polícia identificou, até o momento, 18 óbitos relacionados com cirurgias realizadas pelo médico. Na última semana, o número de vítimas subiu para 73. Desde 12 de dezembro, Couto Neto foi afastado das atividades médicas por 180 dias por decisão da Justiça.
Ele está impossibilitado de atender pacientes ou aproximar-se de parentes das vítimas nos quais é suspeito de ferir. A defesa de Couto Neto afirma que apenas vai manifestar-se após ter acesso a todo inquérito policial.
A polícia cumpriu os mandados de busca e apreensão no apartamento de Couto Neto, em uma clínica particular do médico e no Hospital Regina, onde ele realizou a maioria dos procedimentos e cirurgias. Porém, a Justiça negou um pedido de prisão preventiva do cirurgião, por acreditar que ele não causa perigo a sociedade estando solto.
Para a polícia, a ação do médico visava a aumentar os ganhos financeiros, devido o número de cirurgias realizadas em um turno, que ocasionou em negligência e erros médicos. O Hospital Regina disse, em nota, que está colaborando com a investigação.
Ainda segundo o hospital, eles não indicaram o cirurgião para pacientes e, o médico foi escolhido pelos pacientes por convênio ou atendimento particular. Além disso, todos os procedimentos realizados por Couto Neto estão sob investigação.