Vítima de Petrópolis mandou áudio à família antes de morrer: “Te amo”
Tia de vítima da tragédia foi até o Morro da Oficina para tentar ajudar familiares, mas quando chegou, casa já havia sido devastada
atualizado
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Uma moradora de Petrópolis morreu soterrada com a filha pouco tempo depois de se comunicar com a família no meio do temporal: “eu te amo, tia”, disse Michele Azevedo, de 32 anos, no final da ligação. Michele vivia no Morro da Oficina, uma das regiões mais atingidas pelo temporal que atingiu a região na terça-feira (15/2). Já são 108 mortes confirmadas.
A tia de Michele, Terezinha Rodrigues de Souza Azevedo, que é de Juiz de Fora (MG), contou ao jornal Extra, que estava em contato com a sobrinha durante o temporal e se ofereceu para buscá-la em Petrópolis.
“Nós conversamos durante toda a tarde. Eu estava preocupada, falei que iria vir buscar ela e minha neta. Ela me mandou um áudio dizendo o que estava acontecendo e liguei em seguida. Ela disse para eu não vir e disse que me amava e eu também. Depois disso não consegui mais falar, só ficou silêncio”, contou Terezinha.
No áudio, Michelle dizia que “estava tudo alagado” e que estava chovendo desde às 15h. “A cidade toda, toda alagada, já teve deslizamento. Nossa, tá feia a coisa, mas tá tudo bem graças a Deus”, dizia a mensagem. Ouça abaixo:
Michele e a filha Larissa, de 6 anos, morreram soterradas. Ao ouvir o áudio, Terezinha pediu ajuda a conhecidos e foi até Petrópolis de carro para tentar ajudar as familiares, mas já era tarde.
“Meu Deus, não deu tempo de eu vir buscar ela. Era minha filha, senhor”, falou a tia, que tinha uma relação de mãe e filha com Michelle. “A gente se falava todo dia, minha filha era tão amorosa, tão carinhosa. Mandava bom dia, dizia que me amava. Sempre mandava fotos da minha netinha. Uma criança maravilhosa. Eu ia vir no meio do ano pra passar o mês na casa dela”