Vítima da Covid, assessor gravou áudio culpando Bolsonaro. Ouça
José Roberto Feltrin era assessor do deputado José Medeiros. Na gravação, ele alega que seu estado de saúde é culpa do “governo genocida”
atualizado
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José Roberto Feltrin, assessor parlamentar que morreu na última terça-feira (18/5) vítima da Covid-19, aos 55 anos, gravou um áudio culpando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o deputado federal José Medeiros (Podemos), para quem trabalhava, pelo seu estado de saúde.
No áudio, Feltrin chora e aparenta falta de ar. O assessor afirma que vai ao hospital, pois está se sentindo muito mal. Ele ainda diz que não sabe “se escapa” da doença. “Eu tô mal pra caramba. A culpa é desse capitão bunda suja [Bolsonaro] que não comprou vacina para nós”, disse José Roberto Feltrin.
Em um outro trecho, ele afirma que Medeiros “também é responsável por tudo que está acontecendo com o povo brasileiro”:
“É como se um filme tivesse passando na minha cabeça agora. Esse tal Medeiros também é responsável por tudo que está acontecendo com o povo brasileiro, esse maldito. Esse cara vem apoiando esse governo genocida, que vem sabotando a vacina desde o início. Já era para ter vacina para nós, para pessoas da minha idade e não tem. Parece que esse retardado faz o que quer.”
Ouça o áudio divulgado pelo portal RD News:
Antes da divulgação do áudio, o deputado José Medeiros lamentou a morte de Feltrin, referindo-se a ele como “um grande amigo”.
“Hoje perdi um grande amigo, homem de inteligência rara, que nos ajudou tanto no Senado Federal quanto na Câmara dos Deputados. Deixo minhas homenagens à memória do sr. José Roberto Feltrin e o pedido a Deus que conforte amigos e familiares.”
“Uso político”
Ao portal RD News, Medeiros afirmou que o áudio é “uso político” da morte de Feltrin, e questionou a veracidade da gravação.
“A veracidade do áudio é questionada, mas, infelizmente, o Feltrin não está mais aqui para esclarecer a situação. Neste momento de dor, esperamos mais empatia e respeito para com a família e os amigos”, disse o parlamentar.
O Metrópoles tentou entrar em contato com o deputado, mas não obteve retorno até o fechamento do texto. O espaço segue aberto para atualizações.