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Visita de Guaidó não é tratada como oficial por autoridades do Brasil

Para evitar embaraços diplomáticos, tanto o presidente quanto o presidente do Senado preferiram o termo visita informal

atualizado

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guaido no brasil
1 de 1 guaido no brasil - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A visita do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, não é considerada oficial pelas autoridades brasileiras. Nem o Planalto, onde ele se encontrará com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), nem o Senado, onde terá uma conversa com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é também o presidente do Congresso, usam o termo para se referir à visita.

O caráter informal tem o objetivo de evitar possíveis embaraços diplomáticos, visto que Guaidó, apesar de ter sido reconhecido por mais de 50 países como líder oficial da Venezuela, não foi eleito, e o país vizinho tem no cargo Nicolás Maduro.

O encontro com o presidente brasileiro ocorre dentro de uma agenda com o Ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A conversa com Alcolumbre foi pedida pelo próprio Guaidó, que chegou ao Brasil trazido por um avião da Força Aérea Colombiana.

Em seu primeiro compromisso, o opositor venezuelano teve um encontro com diplomatas da União Europeia e depois, seguiu para um almoço na residência do embaixador do Canadá, no Brasil, Rick Sanove. O Canadá é o único país de fora da América Latina a fazer parte do chamando Grupo dos 20, articulação de países que apoiam a derrubada de Nicolás Maduro.

Só depois é que ele se encontrará com Bolsonaro e Alcolumbre, na parte da tarde. Ao visitar o Brasil, o opositor tem o objetivo de demonstrar o apoio internacional ao seu pleito de ascender à presidência e, ao mesmo tempo, fazer com que o Brasil se engaje fortemente na pressão diplomática e econômica ao governo venezuelano.

O Brasil foi um dos países que adotou, na reunião do Grupo dos 20, na última segunda-feira (25/2), uma postura moderada e não alinhada com os Estados Unidos, que se abriram à possibilidade de promover na Venezuela uma intervenção militar. A ideia conta com o apoio da Colômbia, estrategicamente posicionada do ponto de vista geográfico.

Já o Brasil, a outra fronteira estratégica, dada a extensão, conta com divergências internas no governo em relação à abertura do território a armas estrangeiras, no caso, norte-americanas.

No governo, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que não há disposição para isso. Já o ministro de Relações exteriores, Ernesto Araújo, não se posicionou oficialmente especificamente sobre o assunto, no entanto, mantém uma postura mais enfática e mais alinhada aos Estados Unidos.

Depois de se reunir com diplomatas de países da União Europeia e antes do encontro com o presidente Jair Bolsonaro, Guaidó passará pelo Senado, para uma conversa com o presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre. Não é por acaso. A abertura do território brasileiro a armas estrangeiras depende, pela Constituição Federal, de uma autorização do Congresso Nacional. O presidente do Senado é igualmente presidente do Congresso.

Embora Mourão tenha dito que o governo não está disposto a enfrentar os parlamentares para aprovar a concessão, o venezuelano quer deixar o caminho do diálogo parcialmente pavimentado também com parlamentares brasileiros.

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