“Viramos escudos”, diz refém do vídeo viral de mega-assalto em Araçatuba
Agente funerário caminhou por duas horas, lado a lado com outros três reféns, por ruas de Araçatuba sob mira de homens armados com fuzis
atualizado
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São Paulo – O agente funerário, de 34 anos, saiu do trabalho por volta da meia-noite desta segunda-feira (30/08) e, ao parar no sinal de trânsito, acabou rendido por dois homens armados com fuzis.
Ele se tornou um dos quatro reféns, obrigados a andar alinhados e formando uma barreira, pelo meio de uma rua de Araçatuba, no interior de São Paulo.
“Mandaram a gente tirar a camisa e andar em linha. Viramos escudos, enquanto eles atiravam a todo momento”, conta o agente funerário em entrevista ao Metrópoles.
A barreira de reféns caminhando pela rua de Araçatuba, sob a mira de fuzis, foi registrada por moradores do centro da cidade. Os vídeos viralizaram ainda durante o assalto protagonizado por uma quadrilha que invadiu a cidade com um arsenal para assaltar bancos.
Sem ter notícias do marido após a saída do trabalho e já ouvindo os tiros e explosões à distância, a mulher do agente funerário entrou em pânico ao receber o vídeo por Whatsapp pouco depois das 0h30 na madrugada desta segunda.
“Quando abri o vídeo no Whatsapp, imediatamente o reconheci. Tinha certeza que era ele”, conta a mulher, que teve como primeiro impulso ir atrás do marido. “Tentei sair do meu condomínio, mas os porteiros não deixaram.”
Enquanto isso, o marido seguiu andando pelas ruas de Araçatuba por cerca de duas horas. Até que um dos dois homens armados acabou ferido. “A gente só viu ele gritando. Dizendo que havia sido atingido na barriga”, contou o agente funerário.
Quando o outro assaltante voltou sua atenção para o colega baleado, o agente funerário correu e se escondeu, deitado, atrás de um mobiliário urbano. Os criminosos ainda mantiveram outros reféns e seguiram na fuga pelas ruas de Araçatuba.
As duas horas em que esteve sob a mira dos fuzis, na linha de frente de uma troca de tiros, ainda se repetem na cabeça do agente funerário: “Só pensava que ia morrer, que não ia ver minha família, meus filhos, de novo. É assustador, terrível. Dá um choque”.