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Violência na Rocinha: dois mortos, um ferido e dois sequestrados

Jovem foi atingido em tiroteio que tirou a vida de bandidos neste sábado (23/9). Mais cedo, criminosos fizeram taxista e estudante reféns

atualizado

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Marcos Arcoverde/Estadão
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1 de 1 rio 1 - Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Desde a madrugada deste sábado (23/9), a violência na Rocinha, no Rio de Janeiro, matou duas pessoas, deixou uma ferida e fez duas vítimas de sequestro. As Forças Armadas ocupam a comunidade há dois dias.

Um adolescente de 13 anos foi atingido nesta tarde, durante confronto entre policiais e bandidos que fugiam da comunidade. A PM afirma que os criminosos estavam em um carro roubado na região e fortemente armados. Um deles foi morto.

O jovem recebeu socorro de policiais do 6º BPM, que o encaminharam ao Hospital Souza Aguiar. Ainda não há informações sobre a gravidade dos ferimentos. Na ação, além do bandido morto, pelo menos um fugiu. Há ainda quatro suspeitos feridos. Até o momento, já são dois traficantes mortos em troca de tiros com a polícia.

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Nas ruas o Exército e a comunidade convivem em meio à ameaça de novos confrontos
A violência assusta os moradores, que tentam manter a rotina
No quinto dia de operações da Polícia Militar na comunidade da Rocinha, dois tiroteios já foram registrados
Cerca de 950 homens do Exército participam das operações na Rocinha e o governo afirmou que 3 mil estão de prontidão para atuarem no local
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O governo autorizou a presença das Forças Armadas na região

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Nas ruas o Exército e a comunidade convivem em meio à ameaça de novos confrontos

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A violência assusta os moradores, que tentam manter a rotina

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No quinto dia de operações da Polícia Militar na comunidade da Rocinha, dois tiroteios já foram registrados

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Cerca de 950 homens do Exército participam das operações na Rocinha e o governo afirmou que 3 mil estão de prontidão para atuarem no local

Silvia Izquierdo/AP/AE

O cerco feito por 950 militares ao longo do dia também resultou na prisão de nove pessoas (entre criminosos e suspeitos). Dezoito fuzis foram apreendidos, além de nove granadas e uma quantidade não divulgada de drogas.

Sequestros
Na madrugada, na tentativa de furar o bloqueio montado por militares nas principais entradas da comunidade, criminosos armados sequestraram um taxista e um estudante, em diferentes pontos do bairro do Jardim Botânico, na zona sul da capital carioca.

Os sequestros foram abortados pelos militares. Houve troca pesada de tiros que assustou os moradores e chegou a fechar a Autoestrada Lagoa-Barra e os túneis Zuzu Angel e Rafael Mascarenhas, por cerca de uma hora, entre 4h30 e 5h35.

“Eu estava no Leblon com um amigo e fui deixá-lo em casa, no Jardim Botânico”, contou o estudante Luis, de 25 anos, morador da Tijuca, na zona norte. “Aí surgiu esse elemento, armado com uma pistola. Me assustei e acelerei o carro, e ele atirou”, acrescentou o rapaz, mostrando o buraco de bala na lataria do carro.

Luis, que preferiu não divulgar seu nome completo, foi rendido e obrigado a levar o bandido até a Rocinha, pela Avenida Niemeyer. “Logo na entrada da favela demos de cara com uma base da Polícia do Exército”, contou o jovem, que ainda aguardava a liberação de seu carro na delegacia pela manhã. O sequestrador fugiu, mas a polícia conseguiu apreender um fuzil AK-47 e uma pistola Glock. Luis, inicialmente confundido com um traficante, foi liberado.

Já o taxista foi sequestrado também no Jardim Botânico e levado para o alto do Horto, onde os bandidos que estavam no carro desembarcaram para que outros entrassem no veículo. Eles forçaram o motorista a seguir até a Rocinha. Com fuzis, atacaram uma patrulha e houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Em seguida, o táxi se deparou com as tropas.

“Pulei do carro e me escondi debaixo de uma caçamba de lixo. Ali, imaginei que não corria o risco de levar nenhum tiro. Fiquei até que o confronto terminasse. Deus é muito bom. Graças a Ele saí ileso”, detalhou o taxista, que também pediu para não se identificar. Os bandidos conseguiram fugir para a comunidade, mas os militares apreenderam armas dentro do carro.

Abordagens
O trabalho das Forças Armadas na Rocinha, em apoio às operações das polícias Civil e Militar, está interferindo na rotina dos moradores, que reclamam do excesso de revistas e até de agressões verbais e físicas.

“Ser revistado não é o problema. O pior é o esculacho [desrespeito]. Hoje mesmo já apanhei duas vezes. Levei chutes na canela. Se pudesse, eu revidava”, reclamou um jovem, na parte baixa da comunidade, ao lado de uma quadra esportiva.

Outro morador, que acabava de ser revistado por homens da Polícia do Exército (PE), estava indignado: “Não tenho nada a ver com isso aí”, protestou, dizendo que já era a segunda revista do dia.

No mesmo local, ao lado da quadra esportiva, que fica na saída do Túnel Zuzu Angel, uma briga entre dois homens que bebiam em um bar foi dispersada por militares da PE com uso de gás de pimenta. A substância, no entanto, se espalhou com o vento e atingiu um grupo de mulheres e crianças, incluindo dois bebês — um de seis meses e outro, de quatro meses.

“Foi horrível. Eu vomitei e o meu bebê está com o rosto todo vermelho”, reclamou uma das mães.


O sargento da PE que disparou o gás explicou ter usado apenas força proporcional e que a alternativa do gás é melhor do que o contato físico. “Se houvesse confronto, um dos homens poderia agarrar nossas armas. Infelizmente o vento não foi favorável”, explicou.

Em outro ponto da comunidade, conhecido como Largo do Boiadeiro, um blindado da PM (conhecido como Caveirão) passou por cima da moto de um mototaxista. “O prejuízo passa de R$ 3 mil. Empenou o chassis, quebrou a balança e a pedaleira. Dependo desse trabalho para sustentar minha família”, reclamou Henrique Gonçalves de Araújo.

Nem o Comando Militar do Leste nem a PM se pronunciaram sobre as reclamações dos moradores até a publicação desta reportagem.

Prontidão
O governo federal autorizou a atuação de 950 homens do Exército para reforçar a segurança do local e afirmou que mais 3 mil estão de prontidão. Até as 13h40 já haviam sido presos cinco homens acusados de liderarem os ataques.

Também foram apreendidos 18 fuzis, duas pistolas, 12 granadas, munição, rádios transmissores e anotações usadas pelos criminosos. A ação conjunta da Polícia Militar, Civil e Forças Armadas na região não tem prazo para acabar. (Com informações das agências Brasil e Estado)

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