Violência contra idosos cresce 97% no 1º trimestre de 2023
Casos contra idosos somaram 202,3 mil nos primeiros três meses do ano. Ministério retomou canal de denúncia para evitar subnotificação
atualizado
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O Brasil registrou aumento de 97% no número de violações de direitos humanos contra pessoas idosas no primeiro trimestre de 2023. Ao todo, o país somou 202,3 mil casos de violência entre janeiro e março deste ano. Em comparação, o mesmo período do ano anterior somou 102,8 mil de infrações.
Os dados estão disponíveis em painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
O mês com o maior número de registros foi janeiro, com 72,1 mil de casos de violência contra idosos denunciados à ouvidoria. Em relação ao ano anterior, o dado representou uma alta de 107%. Já em março, os casos caíram para 69,4 mil registros, mas a informação ainda é 87% maior do que o mesmo mês em 2022.
O painel do MDHC faz uma diferenciação entre as informações apresentadas no quadro. Em uma parte, é possível ver o número de ligações realizadas para a ouvidoria, cada uma representada por um protocolo individual.
Já na outra, encontram-se os detalhes sobre as violações de direitos humanos registrados. Isso porque, segundo o ministério, mais de um tipo de violação contra o idoso pode ser registrado em uma mesma ligação.
Nessa lógica, o Brasil contou com 34, 2 mil denúncias em 2023, um aumento de 75% em relação a 2022.
Retomada de canal de denúncia
Desde janeiro deste ano, a pasta retomou o canal de denúncias Disque 100 para evitar a subnotificação dos casos e recuperar o monitoramento do cenário de violência contra idosos no Brasil. Com isso, o ministério afirma reunir esforços para ampliar a divulgação do mecanismo.
“Estamos no início de um trabalho em que pretendemos, nos próximos meses, aprimorar o acesso das pessoas idosas para que elas se sintam incentivadas a denunciar as violências que possam ter sofrido ou estejam sofrendo”, destaca o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, em publicação do MDHC.