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Violência aumenta em cidades fronteiriças com menor investimento

As maiores taxas de mortes violentas foram registradas em Foz do Iguaçu (PR) e Porto Murtinho

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Hugo Barreto/Metrópoles
Violência no DF
1 de 1 Violência no DF - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Relatório preliminar do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) aponta que os municípios fronteiriços mais atingidos pela violência são aqueles com a pior estrutura educacional e de saúde. Estas localidades também apresentam menos oportunidades de emprego formais.

“Há uma correlação direta entre a crescente violência nas localidades e o abandono escolar, a falta de qualificação profissional e oportunidades para os jovens”, afirmou o presidente do instituto, Luciano Stremel Barros.

Segundo Barros, os índices de homicídios são “alarmantes” nas fronteiras com o Paraguai, entre Foz do Iguaçu (PR) e Porto Murtinho (MS). De acordo com os dados, só na localidade paranaense, em 2016, foram registrados 99 assassinatos, o que equivale a uma taxa de mortalidade por violência de 37,5 vítimas por grupo de 100 mil habitantes.

Proporcionalmente, Paranhos (MS) aparece como a mais violenta entre 32 “cidades-gêmeas” avaliadas. São municípios que ficam lado a lado na fronteira de países diferentes. Embora tenha registrado oficialmente 15 homicídios ao longo de 2016, o município sul-mato-grossense – com registro de pouco mais de 13 mil habitantes – possui a taxa de letalidade mais alta, com 109,7 assassinatos por 100 mil habitantes.

O segundo colocado em violência é Coronel Sapucaia (MS), com uma taxa de 67 homicídios por grupo. O número de assassinatos cresceu 150% entre 2013, quando foram registrados seis homicídios, e 2016, com 15 ocorrências. A taxa de letalidade passou de 45,72 por grupo de 100 mil habitantes para 109,7 mortes violentas por grupo.

No mesmo período, a situação de Coronel Sapucaia melhorou, caindo de 14 assassinatos em 2013 (ou 95,84 homicídios por 100 mil habitantes) para 10 ocorrências (67 x 100.000).

Atlas da violência
Relatório preliminar obtido pela Agência Brasil mostra que o número de homicídios nas cidades fronteiriças é inferior ao registrado em Queimados (RJ), apontado como o município mais violento do país no último Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Na pesquisa, a cidade aparece com taxa de 134,9 homicídios e mortes violentas por 100 mil habitantes.

De acordo com a publicação do Ipea, em 2016, Paranhos chegou a uma taxa de 109,7 homicídios para cada grupo de 100 mil moradores. Em Coronel Sapucaia ocorreram 73,7 homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes. No caso de Foz do Iguaçu, os números dos dois institutos coincidem.

“A realidade das fronteiras é esta. Sofremos com isso, e tanto as autoridades estaduais quanto as federais já estão cientes. É um grande desafio para todos”, disse o secretário municipal de Paranhos, Aldinar Ramos Dias, informando que, em geral, as vítimas não moram na cidade. “Assassinato de moradores é algo muito raro.” Segundo ele, muitos homicídios não são esclarecidos.

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