Vini Jr.: deputados aprovam nota contra racismo em comissão da Câmara
Jogador brasileiro Vinicius Jr. foi alvo de racismo durante uma partida entre o Real Madrid e o Valencia, na Espanha, no último domingo
atualizado
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A Subcomisão de Modernização do Futebol da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (23/5), uma nota conjunta de repúdio ao caso de racismo sofrido pelo jogador Vinicius Jr., do Real Madrid, no último domingo (21/5).
O atleta foi atacado durante uma partida contra o Valencia, no Estádio Mestala, na Espanha. Torcedores que estavam na arquibancada chamaram o atleta de “macaco”. O jogo chegou a ser paralisado por oito minutos por causa dos atos criminosos.
Apresentada pelo deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ), ex-presidente do Flamengo, a nota aprovada pelos deputados repudia os ataques contra Vini Jr. “Um dos melhores jogadores do mundo, um menino simples, que vive a melhor fase da sua carreira, é constantemente humilhado dentro de campo pela cor da sua pele”, consta no texto.
Na nota, o deputado ressaltou que o parlamento brasileiro “tem responsabilidade” no combate ao racismo. “Quando vejo a covardia que esse menino está sofrendo, é uma coisa revoltante. O que aconteceu no último fim de semana me deixou muito triste, mas muito orgulhoso do que é aquele garoto. Um herói do povo brasileiro”, afirmou Bandeira de Mello.
“No Brasil, o parlamento tem responsabilidade. A Comissão de Esporte e a Subcomissão Especial Pela Modernização do Futebol se posicionam em prol do desenvolvimento da boa governança dos clubes. Uma nova governança que preconize boas práticas de administração, com especial atenção às questões ligadas à responsabilidade social, ambiental e diversidade”, acrescenta a nota de repúdio.
A subcomissão estuda enviar o ofício à Federação Internacional de Futebol (Fifa) e à Embaixada espanhola no Brasil.
Prisões
A Polícia da Espanha anunciou que prendeu, nesta terça-feira (23/5), três jovens acusados de ataques racistas contra o jogador brasileiro de futebol Vinícius Júnior, do Real Madrid.
Os suspeitos foram indiciados por gritos e gestos de “macaco” direcionados ao atacante durante disputa contra o Valencia, no último domingo (21/5). Mais cedo, o órgão deteve outras quatro pessoas pelo caso do boneco enforcado que simulava o atleta, ocorrido em janeiro deste ano.
O brasileiro denunciou nas redes sociais que é vítima de perseguição, mas a Liga Espanhol de Futebol (La Liga) nada fez para impedir a violência e responsabilizar os culpados.
Os três presos integram um total de sete pessoas detidas esta manhã. Outras quatro pessoas também foram presas suspeitas de pendurarem um boneco do jogador de futebol em uma ponte, como se ele estivesse sendo enforcado.