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Vigilante penitenciário morto em Goiás recusou suborno e barrou motim

Detalhes de ocorrência que Elias de Souza Silva e colegas registraram, há 17 dias, foram obtidos pelo Metrópoles, com exclusividade

atualizado

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Goiânia – O vigilante penitenciário temporário de Goiás assassinado a tiros com sua mulher na manhã desta quinta-feira (18/2) já havia sido alvo de uma tentativa de suborno em serviço e conteve motim de presos, no dia 1º de fevereiro deste ano, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana.

As informações constam de registro de ocorrência da Polícia Civil, ao qual o Metrópoles teve acesso com exclusividade. O duplo homicídio ocorreu logo após o vigilante penitenciário Elias de Souza Silva, de 38 anos, sair do plantão de 24 horas e se encontrar com a mulher dele. A identidade dela ainda não foi divulgada.

Silva vivia aterrorizado por conta de revista que gerou conflito com presos por roubo, no início do mês. A juíza Liliam Margareth, do Juizado Especial Criminal de Aparecida de Goiânia, recebeu nesta quinta o processo referente ao motim de presos, que foi contido por ele e policiais.

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Vigilante penitenciário e sua mulher foram executados dentro do carro após terem saído do presídio
Vigilante penitenciário temporário Elias de Souza Silva, assassinado perto do presídio
Polícia Militar enviou equipes ao local do homicídio
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Corpos de vigilante penitenciário e mulher caídos no banco da frente

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Vigilante penitenciário e sua mulher foram executados dentro do carro após terem saído do presídio

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Vigilante penitenciário temporário Elias de Souza Silva, assassinado perto do presídio

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Polícia Militar enviou equipes ao local do homicídio

No dia 1º de fevereiro, durante operação de revista no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, Elias  e dois policiais penais apreenderam dois aparelhos celulares, por volta das 15h.

Três horas depois, ao trancar a ala, os presos chamaram os servidores e ofereceram R$ 5 mil para que devolvessem os celulares apreendidos, segundo a ocorrência registrada pela Polícia Civil. Elias e os dois colegas de trabalho recusaram o suborno.

Recusa de suborno

Diante da negativa, de acordo com o registro, os presos Vinicius Tadeu de Souza, Paulo César da Silva Borges e Matheus Vinicius de Sousa Almeida insistiram e ofereceram R$ 7 mil em troca da devolução dos aparelhos de telefone. No entanto, houve nova recusa.

Em seguida, segundo a ocorrência, os detidos se revoltaram e se “amotinaram” na ala do complexo prisional. “Batendo nas portas das contenções com o intuito de derrubá-las e gritando palavras de baixo calão aos servidores”, como registrou a Polícia Civil.

Diante da revolta, acrescenta a ocorrência, o vigilante penitenciário temporário e os policiais voltaram para dentro da ala, com todo apoio necessário para o procedimento, mas foram enfrentados pelos presidiários.

Os presos, de acordo com o documento, “ficaram dizendo que iria (sic) ‘virar a cadeia’, que os celulares apreendidos deveriam ser devolvidos aos detentos e que os servidores eram corruptos”.

“Jogar cabeças”

Além disso, conforme relato colhido pela Polícia Civil, os detidos disseram que “a situação iria ‘evoluir’ se não fosse resolvida e que iriam botar fogo nas celas e iriam ‘jogar cabeças’ para os agentes”.

Para conter o motim, acrescenta a ocorrência, os policiais efetuaram dois disparos e usaram 12 munições menos que letais. Na ocasião, segundo o relato, nenhum preso foi atingido.

Os integrantes da ala, ainda segundo o registro, trancaram a porta de acesso às celas com travas com madeira, cabos de vassoura e lençóis e voltaram a bater nas grades novamente.

Por isso, diante do risco iminente no local, o Grupo de Operação Penitenciária (Gope), a tropa de elite do sistema prisional, foi chamado para conter a situação. Os homens foram encaminhados para a delegacia.

Reação esperada

O presidente do Sindicato do Sistema de Execução Penal do Estado de Goiás (Sinsep-GO), Maxsuell Miranda das Neves, disse que a situação era esperada por causa das ameaças de que os presos iriam matar servidores fora do serviço. “A gente já estava esperando qualquer tipo de retaliação”, afirmou.

Investigação em andamento

Em nota, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou apenas que todas as possíveis suspeitas sobre o crime de duplo homicídio que vitimou o vigilante penitenciário temporário e sua esposa já estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

Mais cedo, o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, se dirigiu até o local do crime. Ele disse que a Delegacia de Homicídios de Aparecida de Goiânia recebeu ordem do governador Ronaldo Caiado (DEM) para elucidar o crime o mais rápido possível.

Confronto

No final da noite desta quinta, policiais militares divulgaram em redes sociais que duas pessoas foram mortas em confronto com a PM no Jardim Primavera, região noroeste da capital. A dupla estaria envolvida na morte do vigilante penitenciário temporário e de sua esposa.

Uma terceira pessoa, envolvida no roubo do carro usado na execução, também foi presa. As identidades dos suspeitos não foram divulgadas. A Polícia Civil ainda não confirmou a informação.

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