Vídeo. Vereador que atacou nordestinos no RS é alvo de protesto
Manifestantes tomaram plenário da Câmara Municipal de Caxias do Sul no dia que colegas de vereador julgam pedidos de afastamento
atualizado
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A Câmara Municipal de Caxias do Sul (RS) foi tomada por um protesto contra o vereador Sandro Fantinel, nesta quinta-feira (2/3). Na última terça-feira (27), o representante pediu que vinícolas da cidade vizinha não contratassem baianos.
O protesto aconteceu no plenário da Câmara no dia em que a casa julga os pedidos de afastamento do político. Era possível ver diversas bandeiras de movimentos políticos enquanto os manifestantes proferiam palavras de ordem como “Racistas, fascistas, não passarão!”.
Conheça o vereador que pediu para vinícolas “não contratarem baianos”
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Veja o protesto na Câmara Municipal:
O que disse o vereador
A polêmica em torno de Fantinel começou depois que ele decidiu criticar a operação que resgatou 208 homens que se encontravam em trabalho análogo à escravidão na cidade vizinha, Bento Gonçalves (RS).
O vereador aconselhou produtores da região a não contratarem trabalhadores vindos da Bahia e, em vez disso, buscarem mão de obra de argentinos.
O resgate dos trabalhadores que eram mantidos em alojamento apertado e sem higiene, tratados sob ameaças e até agredidos com choques e spray de pimenta está causando enorme repercussão desde a semana passada, pois eles eram explorados em grandes vinícolas da região.
Para o vereador Sandro Fantinel, porém, a denúncia é “exagerada e midiática” e teria sido feita com motivos políticos, como forma de atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem o parlamentar é fã.
“Como é de costume, o empresário é tratado como vilão”, reclamou Fantinel. “Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer limpeza todos os dias para os bonitos? Temos que botar em hotel 5 estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?”, questionou ele, antes de partir para as críticas aos baianos – que eram maioria entre os resgatados.
“Agricultores, produtores vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima”, disse, referindo-se aos baianos e se colocando à disposição para ajudar a criar “uma linha” para a contratação de argentinos para o trabalho de colheita de uvas.
“Todos os trabalhadores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema”, disparou o vereador.
“Deixem de lado. Que isso sirva de lição, deixem de lado aquele povo, que é acostumado com carnaval e festa, pra vocês não se incomodarem novamente”, completou.
Veja: