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Vídeo: Venda direta da Coronavac para estados começa em setembro, diz Dimas Covas

Ao Metrópoles diretor do Butantan afirmou que a instituição também retomará negociação com outros países para exportação do imunizante

atualizado

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Entrevista Dimas Covas
1 de 1 Entrevista Dimas Covas - Foto: Metrópoles

Em entrevista ao Metrópoles, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a venda direta da Coronavac aos estados começará em setembro. Segundo o gestor, com o fim do contrato com o Ministério da Saúde, a instituição paulista retomará as negociações para a exportação do imunizante.

O Ceará será o primeiro estado a receber doses da Coronavac sem o intermédio do Plano Nacional de Imunização (PNI). O contrato firmado entre o Butantan e o governo cearense prevê a entrega de 3 milhões de doses. “Existem negociações com outros estados, mas o único que, até agora, progrediu, em termos de contrato, foi o estado do Ceará”, explicou (confira a partir de 12’).

Argentina, Bolívia e Peru estão na lista de países que podem receber ainda este ano remessas do imunizante produzido no Brasil. “Como nós tínhamos a prioridade de entregar as vacinas aqui no Brasil, esses contratos ficaram em suspenso. Agora, podemos retomá-los a partir da finalização do contrato com o Ministério da Saúde”, destacou Covas. “Nós vamos providenciar para esses países a possibilidade de entrega de doses a partir de setembro”, assinalou.

Covas destacou que o Butantan possui “a maior fábrica do Hemisfério Sul” com condições de produzir grandes volumes de imunizantes. Além da Coronavac, a instituição se prepara para comercializar a Butanvac. De acordo com o gestor, a expectativa é que o uso da vacina desenvolvida pelo Butantan seja autorizado até o fim do ano.

“O mundo precisa atingir níveis superiores a 80% de vacinação, com duas doses, para poder controlar de forma eficiente a epidemia. Nós estamos falando do mundo como um todo. Esse fim de 2021 e o ano de 2022 ainda vão ser de muita demanda por vacina e de muito esforço mundial pela vacinação”, afirmou (7’).

Covas explicou que a Butanvac e Coronavac possuem “tecnologias diferentes”. “A Butanvac é uma versão 2.0 das vacinas para a Covid, porque ela incorpora todas as descobertas com as vacinas da primeira geração. E, além disso, é produzida em uma plataforma que é muito mais acessível em termos mundiais: em ovos embrionados, do mesmo jeito que é produzida a vacina da gripe”, frisou.

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Terceira dose e campanha anual de vacinação
O diretor do Butantan se posicionou sobre as discussões acerca da necessidade de aplicação de uma terceira dose e a possibilidade de campanhas anuais de vacinação contra a Covid-19. Destacou, no entanto, que a maior preocupação deveria ser com a aplicação da segunda dose dos imunizantes. “Aqui no Brasil, nós temos que andar rapidamente com a segunda dose. É importante completar o esquema vacinal. A partir daí, é que se poderá pensar, eventualmente, em uma nova campanha de imunização para o ano que vem”, ponderou.

“Enquanto o vírus circular pelo mundo, temos um cenário muito provável de termos uma vacinação anual. É uma situação que se assemelha ao que acontece com a gripe. O vírus da gripe circula, ele não é extinto pelas vacinas. Tudo indica que o coronavírus se comportará de forma parecida. E, portanto, a possibilidade de campanhas anuais de vacinação deve ser considerada. O Butantan trabalha com esse cenário. Inclusive, desenvolve uma vacina que é uma combinação da vacina da gripe tradicional com a Butanvac, que é a vacina que nós estamos desenvolvendo, que está em fase de estudos clínicos”, salientou.

Sobre a chamada terceira dose, Covas comentou os estudos divulgados pela Sinovac, desenvolvedora da Coronavac. “A conclusão é que duas doses, obviamente, imunizam, como já existem dados disponíveis em vários estudos ao redor do mundo. E uma dose adicional, se isso for necessário, em um momento oportuno, aumenta muito a resposta imunológica já adquirida com as duas doses. Ou seja, comprova que é possível, com segurança, a aplicação de uma terceira dose, em intervalos superiores a 6 e a 8 meses, e que essa dose adicional aumenta o poder de resposta imune”, enfatizou.

“A Organização Mundial da Saúde se manifestou contra essas iniciativas [de aplicação de uma terceira dose]. Na opinião da OMS, é mais importante ampliar a vacinação mundial, com duas doses, do que iniciar nova campanha nos países que já completaram as duas doses. E eu sou muito propenso a concordar com a OMS, porque os países ricos, que são os maiores produtores de vacinas, teriam que também ajudar a combater a pandemia junto aos países pobres. Enquanto os países pobres não receberem a imunização, o vírus continuará circulando e, portanto, não teremos o controle definitivo da pandemia”, afirmou.

Ao longo da entrevista, Dimas Covas falou sobre a vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19. O diretor do Butantan também comentou a expansão da variante Delta no país e a possível necessidade de adoção de novas medidas restritivas. Confira:

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