Vídeo: veja momentos em que chefe do GSI circula pelo Planalto no 8/1
Ministro do GSI, Gonçales Dias pede demissão após divulgação de vídeo que o mostra em atitude de aparente permissividade junto a golpistas
atualizado
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As imagens divulgadas pela CNN Brasil nesta quarta-feira (19/4) que exibem o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, dentro do Palácio do Planalto durante as invasões golpistas de 8 de janeiro, numa atitude de aparente permissividade junto aos invasores, tornaram insustentável a permanência do general no cargo. O agora ex-ministro não teve alternativa senão pedir demissão.
É a primeira baixa no alto escalão do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pouco tempo depois de completar 100 dias.
Confira as imagens da ação do GSI no 8/1:
Além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, aparecem guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.
Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente Lula convocou uma reunião de emergência para discutir o assunto com o núcleo duro do governo, na qual foi batido o martelo em torno da saída do general.
No encontro, os ministros avaliaram a Lula que a permanência do general no cargo havia se tornado insustentável do ponto de vista político e que o militar deveria, no mínimo, se afastar do cargo.
O pedido de demisão foi feito em uma reunião a sós entre o militar e o presidente no Palácio do Planalto. Gonçalves Dias teria assegurado ser inocente, sem qualquer participação nos atos golpistas. Mas a decião já estava tomada.
Oposição quer prisão
A rápida saída de Gonçalves Dias do cargo impede que ele continue “sangrando” e sendo alvo fácil da oposição, que já pede até mesmo a prisão do militar.
O ministro do GSI, evitando ser “vidraça”, apresentou atestado médico para justificar sua ausência em audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, nesta quarta. Ele alegou “motivo de saúde”.
Com Gonçalves Dias fora do cargo, o Palácio do Planalto espera que a crise seja logo estancada. Até porque ele não poderá ser chamado novamente para a audiência na Comissão de Segurança Pública.
Resta à oposição brigar para instalar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos antidemocráticos. Aí, não haveria escapatória para o general: ele seria obrigado a comparacer e prestar esclarecimentos sobre sua atuação no 8/1.