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Vídeo: Simone Tebet diz que CPI da Covid mostrou a misoginia na prática

“Quando os homens falam, todo mundo escuta. Quando a mulher começa a falar, dizem que ela fala demais”, afirmou em entrevista ao Metrópoles

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Metrópoles entrevista Simone Tebet
1 de 1 Metrópoles entrevista Simone Tebet - Foto: Metrópoles

Dificuldade para ter acesso ao microfone, constantes interrupções e até bate-bocas. Líder da bancada feminina no Senado, Simone Tebet (MDB-RS), afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que as sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 mostram como é a misoginia na prática. “Quando os homens falam, todo mundo escuta. Quando a mulher começa a falar, dizem que ela fala demais”, destacou a senadora (confira a partir de 10’).

Em um dos episódios mais recentes, Tebet e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) discutiram durante a sessão que ouviu a diretora executiva da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades. A senadora afirmou que o filho do presidente da República não é o único parlamentar que interrompe a fala de mulheres na comissão e destacou que as situações de embate “trazem à luz” a realidade de desrespeito enfrentada pela bancada feminina no Congresso Nacional.

“A prática mostra que no dia a dia nós somos humilhadas, diminuídas. Estou falando da falta de trato da mulher como como igual, nas suas diferenças, porque somos diferentes, é óbvio, mas na igualdade de seus direitos e também do seus deveres”, afirmou. “Há uma dificuldade de alguns senadores, da classe política e da sociedade brasileira de entender o nosso discurso como legítimo.”

Defensora do impeachment de Dilma Rousseff (PT), Tebet reconheceu que parte das críticas dirigidas à ex-presidente eram machistas. “A todo momento eu via, sim, misoginia. E sempre fui muito dura quando ouvia comentários e piadinhas que recebia no WhatsApp. Eu chegava a responder. Embora estivéssemos em campos ideológicos e partidários distintos, ela sempre teve o meu respeito. Ninguém faz piada com o modo de um homem estar vestido”, disse (15’). A senadora, no entanto, afirmou que o processo de impeachment de Dilma foi legítimo e bem fundamentado.

Presidência da República
Cotada como candidata à Presidência da República em 2022, Simone Tebet afirmou que ainda é cedo para definir nomes. “Não estamos no momento de falar de nomes, estamos no momento de falar de luta. E a nossa luta é pela união contra retrocessos e de fortalecimento da democracia. Eu acho que o Brasil, que está tão polarizado, não pode voltar ao passado nem continuar vivendo com este presente”, defendeu (12’).

“É preciso que a política ofereça ao brasileiro terceiras vias. Se serão dois nomes, três ou quatro nomes, não tem problema”, destacou. “Eu não sei quem será a terceira via, eu sei que eu estarei com ela”, frisou. Tebet disse que não foi consultada pelo seu partido, o MDB, sobre uma possível candidatura ao Planalto. “O partido não falou comigo. Continuo senadora da República e, nesse momento, sou pré-candidata à reeleição no meu estado de Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Na entrevista, Simone Tebet também falou sobre o andamento das investigações da CPI da Covid-19, comentou a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal e avaliou a possibilidade de um processo de impeachment de Jair Bolsonaro. Confira:

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