Vídeo: “Se a pandemia ameaçar, nós sabemos como reagir”, diz Guedes
Ministro da Economia teve primeira reunião com presidente da Câmara, Arthur Lira. Guedes não respondeu sobre auxílio emergencial
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, não respondeu nesta quinta-feira (4/2) se o governo vai retomar o auxílio emergencial pago nem 2020 por conta da pandemia da Covid-19. Após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Guedes falou com jornalistas que “se a pandemia ameaçar, nós sabemos como reagir”, mas apostou na vacinação em massa e nas reformas como alternativas.
“Se a pandemia nos ameaçar, nós sabemos reagir. Mas como disse o presidente da Câmara, tudo será feito dentro do protocolo. Sabemos como trabalhar isso, estamos observando e vamos retomar as reformas ao mesmo tempo, porque a saúde e a economia andam juntas”, afirmou Guedes.
O ministro disse ainda que algumas medidas que não têm efeitos fiscais também já foram conversadas com o presidente Jair Bolsonaro, como a antecipação do décimo-terceiro “aos mais frágeis, aos mais idosos”.
Guedes encerrou sua fala dizendo que a política é que determina “o ritmo das reformas” e que isso está sendo feito em “extrema harmonia” entre o Centrão e o Ministério da Economia.
O encontro de Guedes e Lira marca uma nova relação do ministro com o Congresso. Guedes não tinha bom relacionamento com o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deixou o cargo na última segunda-feira (1º/2), acusado pelo governo de travar a agenda das reformas.
“Eu estou parabenizando o presidente da Câmara dos Deputados. Foi uma vitória expressiva, foi uma vitória importante que nos deixa esperançosos e até confiantes na retomada da agenda de reformas. Estamos 100% à disposição do Congresso. Vamos estar 100% à disposição também para trabalhar juntos”, disse Guedes. Maia tentou eleger Baleia Rossi, mas seu candidato foi derrotado por Lira ainda no primeiro turno.
Bolsa Família
Antes da reunião com Guedes, Lira afirmou que seu objetivo era “ouvir o que o governo realmente pensa sobre como vamos proceder com relação a uma eventual restruturação do Bolsa Família e um programa nesse sentido”.
O presidente da Câmara alertou que isso “só é possível fazer com votação do orçamento e apreciação da PEC emergencial”. A emenda constitucional prevê cortes em gastos do governo, principalmente com servidores (redução de jornada e salários, por exemplo).
Veja:
Com o fim do auxílio emergencial em dezembro, cerca de 69 milhões de pessoas ficaram sem ajuda financeira em meio à pandemia do novo coronavírus.
O governo alega que não tem recursos para continuar o pagamento, que somou R$ 300 bilhões em 2020, mas busca uma alternativa para socorrer as famílias desassistidas. Uma das hipóteses é reformular o Bolsa Família.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), defendeu a continuidade do auxílio emergencial. “Temos ambos, eu e o presidente da Câmara, Arthur Lira, absoluto compromisso de entregar à sociedade, sobretudo à camada vulnerabilizada em decorrência da pandemia [da Covid-19], algum programa social para socorrê-los”, afirmou nesta quinta. A aprovação do benefício passa pelo Congresso.