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Vídeo: Roberto Freire diz que só a pressão popular pode destravar impeachment

Presidente nacional do Cidadania é signatário do “superpedido de impeachment”. Ao Metrópoles ele afirmou que o andamento depende das ruas

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Rachel Sheherazade entrevista Roberto Freire
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Roberto Freire - Foto: Metrópoles

Signatário do “superpedido de impeachment” de Jair Bolsonaro (sem partido), protocolado na Câmara dos Deputados na quarta-feira (30/6), o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que a abertura do processo de afastamento depende da pressão popular. De acordo com Freire, só a insatisfação da sociedade pode convencer o Congresso Nacional a dar andamento aos requerimentos.

“O Congresso é muito flexível à pressão da sociedade. Ele pode ter hoje uma posição contrária, mas se a sociedade se encaminha para uma outra posição, ele reflete isso. E é normal. Até porque ele representa a sociedade”, disse (confira a partir de 3’35”).

O ex-deputado federal classificou o “superpedido de impeachment” como um “corolário” de denúncias já conhecidas contra o presidente da República. O documento reúne acusações presentes em outros 100 requerimentos entregues anteriormente.

Freire afirmou que o avanço das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e as denúncias de irregularidades na negociação da compra de imunizantes podem “mudar o humor” da sociedade — e, consequentemente, dos parlamentares. “O impeachment está se vestindo. Voltou para a agenda política com toda a força”, avaliou.

Para o presidente do Cidadania, as manifestações populares vão crescer nos próximos dias. “A sociedade começa a ficar com uma predisposição contra este governo, que foi desidioso — e até criminoso — no combate à pandemia”, afirmou. “Mesmo com os riscos, nós estamos vendo que a insatisfação, a inquietude e ansiedade de debater [o impeachment] é de tal grandeza que as pessoas estão se aglomerando. Estão se manifestando.”

“Esses últimos fatos são grandes escândalos que precisam ser esclarecidos. E não tenha dúvida, isso pode ser o grande fator da mudança de humor, inclusive do presidente da Câmara, que, quem sabe, pode tirar, se não esse superpedido de impeachment, um outro pedido qualquer e dar tramitação”, frisou. Freire lembrou do impacto de denúncias e do clamor popular nas quedas dos ex-presidentes Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff.

Terceira via
Líder partidário, Roberto Freire defendeu a construção de uma terceira via para fazer frente ao duelo entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (PT) nas eleições de 2022. “Precisamos derrotar os dois. Precisamos encontrar uma alternativa democrática para que se discuta em 2022 se o Brasil vai chegar ao século 21 ou vai ficar perdido no passado”, salientou.

“Infelizmente, nós estamos nos perdendo em uma discussão se é Bolsonaro ou Lula. Dois anacrônicos, atrasados”, criticou. Freire pontuou que as articulações para a definição de um nome estão em andamento. “Em 2018 nos dividimos, viemos nem sei em quantos candidatos. E só percebemos que tinha sido um desastre quando no primeiro turno nenhum dos nossos teve votos. Descobrimos ali. Agora, para 2022, nós estamos preocupados com isso, buscando a unidade. Vai acontecer? Não sei. Mas estamos trabalhando para isso. Tem havido reuniões, conversas. Isso pode crescer”, disse.

Sobre as dificuldades de encontrar um consenso e enfrentar nas urnas dois candidatos com forte apelo popular, Freire disse: “Quem mata é a bala, não é a zoada. Não tem porque morremos antecipadamente”.

Na entrevista, Roberto Freire também falou sobre o aumento na conta de luz, avaliou a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes, e comentou a destinação de recursos para parlamentares por meio de emendas do relator no Orçamento, o chamado Bolsolão. Confira:

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